1. O trabalho de um psicoterapeuta não é te dar conselhos.
Acredite, eles não estão ali para dizer se você deveria desistir de seu namoro ou trocar seu emprego.

O verdadeiro trabalho da psicoterapia é fazer você se conhecer melhor e flexibilizar a maneira como você pensa, se comporta ou como está entendendo o ambiente em que vive.

Pode-se falar sobre estratégias para lidar com um transtorno mental, como a depressão, a ansiedade ou o transtorno bipolar, mas quando se trata de suas decisões pessoais de vida, os psicoterapeutas agem mais como instrumentos para uma tomada de decisão.

Reflita: “Você  quer vir para a análise para dar seu poder a outra pessoa, ou quer aprender a ter esse poder de escolha em suas mãos?”

2. Psicoterapeutas não prescrevem medicamentos.
Esse é o trabalho de um psiquiatra ou clínico geral — não de um psicólogo ou psicanalista. No entanto, o psicoterapeuta pode trabalhar junto de um psiquiatra, indicando seu paciente para tratamento ou recebendo-o através da sua indicação.

3. Seu psicoterapeuta não lhe cumprimentará publicamente, somente se você for ao encontro dele.
Não fique preocupado ao encontrar o seu psicoterapeuta em um restaurante ou na escola de seus filhos. Há um bom senso de que o psicoterapeuta deve permanecer anônimo, a não ser que o paciente lhe apresente, lhe cumprimente ou fale diretamente com ele. Mas, fique tranquilo, o terapeuta saberá manter a discrição

4. Eles também devem fazer terapia.
Eu, particularmente, não confio em um terapeuta que não faça terapia. Os psicoterapeutas devem ter os seus próprios analistas — claro que muitas vezes não há necessidade de recorrerem a ele o tempo todo, mas no tempo que for preciso, isso varia mas é recorrente. Bons programas de formação em psicanálise exigem que os candidatos façam terapia e supervisão.

5. Seu psicoterapeuta não fala sobre a sua vida com os amigos.
Existe uma ética e leis que fazem com que tudo o que se diga ao psicoterapeuta seja em tom de confidencialidade. Claro que algumas vezes um analista, se for dos bons, se reúne com outros colegas de profissão para discutir casos mais complicados, trocar informações ou aprimorar a resolução de um conflito. Entretanto essa troca de aconselhamento preserva totalmente a identidade do paciente.

6. Você não precisa ter algum transtorno mental para ir à terapia.
É frequente ouvir: “Não sou louco para precisar de terapia”. Acredite, há diversas razões pelas quais as pessoas vão para terapia, que nada têm a ver com distúrbios mentais.

Claro que também existem casos em que a pessoa recorre a terapia pois está com algum distúrbio mental, mas isso não é motivo para sentir vergonha. Na realidade alguém que busca tratamento para se equilibrar de um conflito, é uma pessoa que tem discernimento para buscar uma melhor qualidade de vida, que busca obter ajuda e conversar com um especialista, assim como buscaria ajuda para qualquer outra questão médica, como um dentista se o problema for nos dentes”.

Frequentemente é nessa situação que a pessoa hesita em procurar ajuda de uma psicoterapia, ouve que não precisa pagar para obter esse tipo de tratamento, que somente loucos procuram terapia e assim, constrangidos, leva sua vida até ficar no limite.

7. Ele provavelmente não pesquisa sobre você no Google ou no Facebook
Invasão de privacidade é algo sério e terapeutas não devem fazer isso, mesmo que seja em mídias onde a publicação do paciente é pública. Acontece que a mídia social não transparece a realidade do conflito do paciente e o analista não quer se deixar influenciar pelo que está exposto e não foi dito em consultório.

O fato de pesquisar a vida do paciente toma tempo e as respostas que ali aparecem são superficiais, influenciando de forma negativa o tratamento terapêutico.

8. A psicoterapia não oferece milagres
Não espere chegar ao consultório de seu analista e sair de lá com o conflito resolvido em um passe de mágica. Perceba, o analista é um instrumento que lhe auxiliará na resolução do conflito, mas esse é um trabalho seu e para isso torne-se participativo e resolutivo.

9. O psicoterapeuta não têm resposta pronta para tudo.
É uma pena, mas o psicoterapeuta não tem capacidade para saber sobre tudo e resolver conflitos com palavras mágicas.  Existe um estudo especial pelo qual o psicoterapeuta teve de passar para conseguir compreender melhor as atitudes humanas, as emoções e uma qualificação para trabalhar com conflitos.

Entretanto o psicoterapeuta está também em permanente evolução, apendendo sempre e superando as dúvidas na medida em que elas aparecem.

10. O psicoterapeuta se sente grato em auxiliar as pessoas
É muito comum o analista ouvir que deve ser muito pesado ouvir o problema das pessoas durante todo dia. Mas veja, os psicoterapeutas não veem a sua profissão como um fardo pesado.

A oportunidade de ser um instrumento para melhoria de vida, para transformação, de alívio para pessoas que sofriam, é, na realidade, a grande motivação do analista. Mais do que ouvir problemas, o analista está ali para ressignificar experiências e isso, pode crer, faz a felicidade do analista, faz tudo mais valer a pena.




Desde que começou os estudos em Psicanálise e Psicoterapia, a jornalista, bacharel em Direito, mestre em Ciências Naturais pela Unicamp e doutoranda em Psicologia pela UCES Natthalia Paccola levanta uma premissa sobre a sua vida profissional: nunca aceitaria rótulos ou doutrinas acadêmicas. Mas é claro que sofre influências de vários pensadores. Sua grande fonte de inspiração como autoridade em levar Luz para o Bem através de mídias sociais, no entanto,  tem sido os seus próprios seguidores, cerca de 10 milhões que passam semanalmente pela sua Fanpage, Grupos, YouTube, Site, Instragram ou Twitter.

1 COMENTÁRIO

  1. Fico muito grato pela explicação, muita boa e compreensível. Concerteza ajuda muito as pessoas que ficam inseguras de fazerem terapias. Penso que muitas pessoas poderiam conhecer ainda mais a psicanálise para se conhecerem melhor e poderem evoluir em todas as fases de suas vidas… Obg.

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