O perdão não nos pede que concordemos com nada, que nos desculpemos ou que toleremos maus comportamentos. Na realidade, o perdão nos dá permissão para irmos além dos maus comportamentos, aprendermos as lições e extrairmos sabedoria dessas experiências.

Perdoar os outros não significa que nos tornaremos fracos, ingênuos ou alvos fáceis dos predadores deste mundo. Não significa que não tomaremos providências para nos proteger de maneiras saudáveis ou para impor limites bem claros àqueles que continuam a tentar nos vitimizar. Muito contrário, o perdão nos faz abandonar o papel de vítimas e tomar posse do nosso poder, para ver as situações e circunstâncias claramente e tomar as providências necessárias para garantir que não cometemos os mesmos erros outra vez.

A voz do perdão diz, ‘É hora de seguir em frente!’, ‘Eu aceito o passado’ e ‘essa experiência me ajudou a me tornar uma pessoa mais sábia e cheia de compaixão’. O perdão nos estimula a deixar de lado a necessidade que sentíamos de que o passado fosse diferente do que foi. Ao mesmo tempo ele nos convida a abrir mão das mágoas que temos de nós mesmos e do mundo, para que nãos sejamos mais prisioneiros da força gravitacional que nos puxa para o passado. Não podemos voar alto na vida, expressarmo-nos e compartilhar os nossos dons mais preciosos enquanto estivermos carregando o fardo da dor e do sofrimento causados por anos de ressentimento, raiva e condenações. Por meio do perdão, somos capazes de olhar o passado nos olhos e, com compaixão, deixá-lo para trás, livres para poder seguir em frente.

O perdão acontece quando entendemos que tudo o que nos aconteceu teve uma razão de ser. No momento em que conseguimos ver as bênçãos do que recebemos, a sabedoria que obtivemos e a experiência que adquirimos com as circunstâncias dolorosas ou traumáticas, perdoamos naturalmente. Então a dor no nosso coração é transformada em gratidão, e a confusão em nossa mente é substituída por lucidez. O perdão aos outros é uma prova de que nos amamos o suficiente para sermos capazes de dizer adeus, de seguir em frente e deixar o passado para trás. Quando reunimos coragem para cortar as amarras que nos ligam negativamente aos outros, que acabam com a nossa autoestima e roubam de nós o nosso poder, passamos a ver que somos tão grandes quanto os nossos ressentimentos e mais poderosos que as nossas dores emocionais.

Recebemos muitas dádivas quando optamos pelo ato corajoso e ousado de perdão. Acima de tudo, somos livres. Como diz Um Curso em Milagres, um dos textos mais espirituais jamais escritos, “O mais santo de todos os lugares da Terra é onde um antigo ódio se torna um amor presente”. O perdão nos desafia a encontrar o outro no meio da lama, a sabedoria em nossas feridas e a possibilidade oculta na nossa dor.

(Fonte: Debbie Ford – por: corpoinconsciencia.com)




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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