Primeiro pensamento do dia, ainda na cama, é: “Não dormi o suficiente.” O seguinte é: “Não tenho tempo suficiente e o último do dia é: “Não fiz o suficiente “ Isso te parece familiar? Te entendo.

Esse pensamento de culpa vem a nós automaticamente, antes mesmo de podermos nos dar conta de sua presença ou examiná-lo. Parece que nosso cérebro não é nosso melhor amigo não é mesmo? Pensamos demais, e pior, pensamos nas coisas erradas.

Katty Kay e Claire Shipman – Autoras do livro A Arte da Autoconfiança – descobriram em seus estudos sobre a autoconfiança da mulher (através de pesquisas com grandes neurocientistas, psicólogos e mulheres fortes, bem-sucedidas e muito confiantes) que há muitas coisas se passando no cérebro feminino, muito mais coisas do que no cérebro masculino, somos mais cientes de tudo que acontece ao nosso redor, estamos mais atentas e absorvemos mais as informações e tudo isso entra na sopa cognitiva da nossa cabeça.

O que isso tem a ver com culpa? Tudo!

De modo geral, a gente rumina demais os acontecimentos, não damos espaço para os pensamentos fluírem, ruminar quer dizer cogitar novamente, refletir profundamente, meditar, retroalimentar…é pensar demais em fatos que já aconteceram, que estão acontecendo e que irão acontecer, inclusive no peso enorme que carregamos devido a todo histórico cultural de uma sociedade machista e patriarcal que nos culpa por tudo e pelo todo.

Isso são fatos, a culpa nossa de cada dia é um fato e toda a consequência negativa dessa culpa também é um fato.

Não seria ótimo se pudéssemos finalmente nos livrar da culpa? Deixar, verdadeiramente, de se importar com o que os outros pensam sobre como cuidamos dos nossos filhos ou da nossa casa ou da nossa profissão ou dos nossos relacionamentos? Não se importar com o que a nossa voz crítica – que foi moldada pelas nossas vivências e experiências e sendo assim é um reflexo da nossa sociedade – diz sobre a forma como agimos com nossos filhos, clientes, colegas, companheirxs…

Não seria ótimo conquistar a nossa liberdade psíquica? O quanto de produtividade isso te traria? O quanto de tranquilidade e paz isso te traria? O quanto de autenticidade isso te geraria? E de confiança e satisfação interna? Pense nos benefícios, esteja presente para isso…São muitos não é mesmo?

Pense em você tomando ações sem ruminar demais sobre o passado e o futuro….Quem nunca deixou de brincar com o filho para fazer algo que considerava importante e depois se culpou? Quem nunca brincou com o filho e deixou de fazer o que considerava importante e se culpou?

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Eu várias vezes e depois pensando nisso cheguei à conclusão de que em nenhum dos dois momentos eu estava presente, sempre havia um pensamento sobre o passado e o futuro e a culpa como consequência fazia com que esses comportamentos voltassem a acontecer e eu jamais pudesse aproveitar o momento.

Nossos instintos mais básicos estão enterrados em camadas e mais camadas de emoções e pensamentos ruminantes e a culpa retroalimenta esses pensamentos e emoções fazendo com que não escutemos nosso interior e assim dificultamos a nossa busca por caminhos mais coerentes com as demandas internas, isso gera insatisfação e adivinha?

Mais culpa… como tendemos a pensar e considerar mais os acontecimentos a nossa ruminação nos prejudica, esses pensamentos negativos e cenários mirabolantes, disfarçados de resolução de problemas, entram em uma espiral infinita que mina nossa energia diária e faz com que a gente se sinta inadequada.

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Mas por que não usamos esse diferencial que as pesquisas das jornalistas Katty Kay e Claire Shipman indicam em seu livro para nos favorecer e não o contrário? Se cientificamente falando a nossa percepção é melhor e maior vamos fazer disso um diferencial ué, por que não? Vamos conquistar a nossa liberdade psíquica e viver uma Vida Melhor? Que tal?

Eu estou nessa busca e posso te dizer que tanto a minha vida como a das minhas clientes que fazem o processo de coaching para mulheres comigo melhorou muito depois de reflexões e ações nesse sentido. Minha vida e meu trabalho têm sido pautados pelo que eu chamo de “De Dentro Para Fora”, ou seja, como já dizia o filósofo Sartre:

“Não importa o que fizeram com você, o importante é o que você vai fazer daquilo que fizeram com você. ”

As atitudes que você tomar com base no seu EU, com base no seu poder pessoal, é o que fará diferença na sua caminhada e na sua busca por uma vida com mais significado, proposito e realização.

 




Coach formada pelo Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). Idealizadora do Projeto Viver e Melhor. Autora do livro digital O Poder do Otimismo Diário. Life Coach com foco no Positive Coaching e no desenvolvimento pessoal, profissional e emocional da mulher. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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