Como o personagem Reth Butler, do clássico “E o vento levou”, afirmou a Scarlett: devemos ficar com quem nos admira do jeito que nós somos. Se precisamos fingir ser outra pessoa para agradar, a relação será construída sobre bases falsas e frágeis.

Teoricamente falando parece óbvio o título do atual artigo, mas na prática, na loucura do dia a dia, no frenesi de uma nova paixão, no afã de amar e de ser amado, muitas vezes, fingimos sim para atrair a atenção de alguém ou manter uma relação.

Omitimos opiniões, deixamos em segundo plano algumas das nossas prioridades, adotamos como prioridades coisas que pouco nos importa. Tudo bem que quando estamos nos relacionando afetivamente, fazer concessões é normal. Ás vezes é preciso ceder, abrir mão de algo para a relação fluir.

O problema é quando a vida vira uma sequência interminável de concessões, de opiniões caladas na boca, apertando a garganta, sufocando o peito, deixando a vontade de se expressar morrer dia a dia.

O problema é quando apenas o jeito de ser do outro importa. Quando tudo é feito do jeito, no tempo do outro e quase nada de nós fica impresso na relação. O problema é quando sempre falamos “tudo bem” sem sentir que está realmente tudo bem.

Quando concordamos, simplesmente para não polemizar, para não atrair o julgamento do outro. Em uma relação saudável as duas partes importam. As duas partes precisam ceder de vez em quando. As duas partes precisam se sentir à vontade na relação.

Muitas vezes, por carência, por solidão, por tédio, por medo, acabamos nos conformando com muito pouco. Acabamos aceitando migalhas afetivas. Acabamos aceitando as sobras do tempo do outro. Lá no fundo, temos uma dificuldade danada em nos amar. Lá no fundo, achamos que merecemos pouco e vamos colecionando um mosaico de relações sem muito sentido.

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Concordamos com regras de um jogo que não foi criado por nós e com o passar do tempo, começamos a acreditar que realmente queremos viver daquele modo até que algo acontece e nos faz enxergar que queremos muito mais.

Muitas vezes, investimos em pessoas incapazes de dar todo o amor que desejamos receber porque na verdade nós não conseguimos nos amar plenamente. E quem não se ama plenamente, não consegue amar ninguém intensamente. Não consegue se deixar amar para valer!




Profa. doutora , idealizadora da Pós em Cinema do Complexo FMU, escritora e psicanalista. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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