Fui criado no meio de três mulheres de gerações diferentes sendo que a minha avó nasceu em 1915, época em que as mulheres eram subjugadas e inferiorizadas. Profissão? “Do lar”.

Cresci até minha adolescência vendo a mulher como um objeto ou como alguém que precisa e necessita de um “macho” para se reproduzir, apenas. Mas quando a gente cresce e amadurece e convive com mulheres e a opressão descomunal da sociedade, você muda sua forma de pensar.

A mulher hoje em dia já conquistou muita coisa, a mulher hoje sustenta uma casa, ela faz coisas que independente de ser mulher, independente de gênero, ela sustenta um papel muito importante na sociedade o que é visível e cada vez mais latente. Porém, jogar a ideia que o machismo acabou continua sendo um dilema.

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Acho que o homem não tem como ser feminista e acho que ele precisa aprender muito com a mulher para se melhorar, por isso jogo a responsabilidade na mulher.

Porém, homens, atenção: estejam de cabeça aberta para aprenderem e ouvirem muitas histórias até que isso seja entendido.

O “psiu” que a mulher ouve de um homem na rua ainda é perturbador, o homem ainda deseja a mulher como um objeto, a mulher muitas vezes se destaca na sociedade apenas pelo seu corpo, ou da forma que ela quiser, mas é um problema dela e não nosso.

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Porque a mulher pode ser o que ela quiser e ninguém tem porque criticar. Aliás, quem somos nós, tão imperfeitos para criticar a atitude de alguém?

O pior tipo de machismo é o da mulher e o pior tipo de feminismo é o da mulher. Porque? Vai botar toda a culpa na mulher? Por que acho que a discussão de convivência se atenta aos dois.

Precisamos conversar – homem e mulher, para que as coisas ruins acabem. Não podemos excluir uns aos outros porque a maior aprendizagem se faz em conjunto. A mulher não é dona da verdade e nem o homem. Precisamos deter um acordo e só juntos podemos nos entender.

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Se hoje muitas mulheres ficam com medo de saírem na rua, ou de usarem as roupas que elas querem usar, é culpa desse machismo, desse assovio que o homem com sua máscula faz sem perceber o dano que está causando numa mulher.

É preciso que ele tenha essa consciência de que a mulher não pode ser tratada com essa imbecilidade. Por isso, sou a favor, da mulher lutar pelos seus direitos e com ajuda dos homens de cabeça aberta – porque eles existem sim, lutarem por isso. Como assim uma mulher não pode sair com a roupa que ela quer, pois tem medo de ser estuprada?

Precisamos do prazer de ir a vir, principalmente a mulher. Não estou a inferiorizando de forma alguma. Mas cabe a nós homens avisarem ao coleguinha que o “psiu” dele não é legal. E porque eu acho que cabe a mulher essa desconstrução? Porque às vezes eu quero aprender ou dialogar com uma mulher sobre o tema e sou excluído. Nisso algumas mulheres pecam!

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Precisamos saber o que elas pensam, precisamos não só entender a mulher – ou tentar, porque “entender” é algo muito complexo, mas ver que a desconstrução disso tudo pode ser repassada aos homens de cabeça aberta e que eles passem o problema a seus amigos. Com isso ajudando a mulher a ser respeitada.

Estamos em pleno século XXI e é só isso que eu peço.

Mulheres, queremos aprender com vocês. A gente merece uma chance?




É escritor, estudante de Psicologia e é colunista do site Fãs da Psicanálise.

1 COMENTÁRIO

  1. Concordo que o machismo será desconstruído pelo iniciativa da mulher. Mas também não concordo, pois eu; como ser vivente e homem sou vítima inclusive do machismo feminino. Entendo que a progressão sexual e a liberdade feminina trouxe para ambos muitas coisas boas e significativas. Mas, infelizmente ainda há pessoas muito mais preconceituosas e machistas do que livres. Cheia de preceitos e valores herdados da antiguidade. Tenho que ser resiliente para sobreviver e aturar conversas e suposições de como eu deveria ser, de como há de ser um “macho” e como deve ser o comportamento do homem com a mulher. Enfim, há esperança e existe um progresso lento e muito vagaroso na mudança social brasileira. Vai demorar! mas em alguns séculos quem sabe. Boa sorte para nós vítimas.

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