De 20 dias para cá, estou fazendo a experiência de ter um armário bagunçado. Na verdade, tem sido bem difícil.

Para quem tem TOC com organização, fazer esse exercício é um excelente treinamento de desapego.

Meu objetivo com essa experiência é que eu queria descobrir, na pele, quais efeitos, de fato, fazem a bagunça e a desordem na vida de uma pessoa.

Dizem que os hábitos se constroem a partir de 21 dias. Então hoje foi o último dia do dane-se.

Sabem o que descobri?

Minha experiência não foi nada legal. Não guardei e nem dobrei minhas roupas como de costume, não pendurei as peças com os critérios que uso normalmente… não gosto de gavetas, mas as três que tenho, usei para entulhar as coisas, como roupas de ginástica e peças intimas.

Nem olhei para os ganchos das calças e não liguei para as normas estabelecidas por mim há tantos anos. Minha poltrona de leitura virou um cabide… Enfim, um verdadeiro caos.

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Mas e aí, o que a desordem fez comigo? Mal humor, falta de vontade de ir para casa, falta de vontade de entrar no quarto, sensação de sujeira, muito desconforto, insônia forte. Demorei o dobro do tempo para me trocar, porque ao mesmo tempo que a bagunça me chamava para organizar eu tinha que voltar para o exercício que me propus a fazer.

Uma experiência péssima!

O lado bom da experiência? Percebi que tenho roupas demais e que vou ter que desovar.

A bagunça e a desordem se formaram muito rápido e quando isso acontece, é porque se tem muitas coisas. Então, provei praticamente todas as minhas roupas para começar o descarte. Vi que com algumas peças eu nem me sentia bem. Porque elas estavam lá no meu closet?

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Uma eu não passei para frente porque paguei caro na época. Acabei comprando no impulso e nunca usei… ela estava apertada nas pernas, mas é de grife. E dai né? Está lá, enchendo linguiça no meu armário. Uma outra calça, toda vez que eu coloco, eu tiro porque o corte é feio. Mas ela também estava lá porque comprei fora do Brasil. Uma blusa me aperta no braço, mas guardei porque comprei no Aly Express e paguei caro no frete.

E assim vamos guardando memórias dentro do armário…. Na boa, essa baguncinha foi ótima. Na reorganização pude refletir, e MUITO, sobre as peças que estão lá no armário, mas são somente memórias. Eu percebo que para muitas pessoas, esse é o medo ao contratarem uma PO. Medo do desapego.

Na verdade, eu só falo em desapego com o cliente quando ele me dá certa abertura. Se guardamos, é porque ainda não somos livres para desapegar e ainda vai chegar o momento certo.

São fases… eu mesmo já fiz muitas desovas no meu armário, mas essa foi a vez mais difícil. Tive que descartar minhas memórias e isso foi um processo longo. Faz 15 anos que faço isso e sempre tenho ganhos, pois a mesma mão que abre para dar é aquela que abre para receber.

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Não se preocupe se você acha que não é hora de descartar. Espere o movimento do espírito da alma, que é suave e lento, mas tudo tem seu momento.

O dia que a desordem te incomodar e você não quiser mais viver assim, aí sim chegou a hora. Jogue fora todas suas memórias e guarde aquelas que são caras somente ao coração.

(Autora: Tati Godoy)
(Fonte: tatigodoy.com.br)
*Texto publicado com a autorização da autora




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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