E, de repente, toca aquela música antiga que faz você lembrar de você mesmo no passado.

E bate uma baita saudade.

Você com saudades de você. De quem você foi um dia.

Apaixonado, entusiasta pela vida, confiante. Você brincando com você próprio, sorrindo de suas próprias confusões, ainda que com pouco dinheiro no bolso.

Onde está mesmo aquela pessoa? Agora parece que morreu e que nasceu um outro alguém em seu lugar.

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Dessa vez, mais exigente e ranzinza consigo próprio. Não brinca mais. Não faz confusões. E nunca erra. Nunca pode errar.

Muitas coisas sérias para serem resolvidas.

Não podemos perder tempo com músicas e coisas afins. Aliás, já não temos mais uma música preferida. A nossa ficou no passado e não toca no rádio.

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Estamos muito preocupados com nossas rugas e nossas plásticas para nos darmos ao luxo de coisas tão pequenas e bobas.

Contudo, quando a música antiga toca, algo em nós ainda dança, ainda vibra, ainda gira. O que significa que estamos vivos, anestesiados, mas ainda vivos…




Mestre em Direito Constitucional. Autora do livro "O empregado portador do vírus HIV/Aids". Criadora do site pausa virtual. "Buscando o autoconhecimento, entendi que precisava escrever sobre temas universais como a vida, o amor e a fé". É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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