Há alguns dias foi publicado um belo texto de Eva Marega no site ehospice, com o delicado título Breaking Beautifully.

Segue abaixo a tradução livre do texto, para que todos possamos refletir.

Todos nós vivenciamos a experiência da morte de alguém próximo pelo menos uma vez durante a vida, ou pior: muitas vezes.

A morte de alguém querido nos faz sentir como se nosso mundo estivesse acabando e não há nada que realmente importa na vida.

Uma série de perguntas nos invade a mente, especialmente para membros da família que exerciam o papel de cuidadores na fase final da vida da pessoa. Começamos a nos perguntar: quem será o próximo? O que vamos fazer agora que ele(a) se foi?

Nossa identidade resumia-se quase que exclusivamente a cuidar daquela pessoa até seu último adeus, e acabamos mergulhando nessa realidade de forma tão profunda que não sabemos como retornar à superfície e voltar a interagir com o mundo.

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Estamos vazios, perdidos e de luto.

Embora cada um vivencie o luto de sua própria maneira e em seu próprio tempo, nós não precisamos ficar perdidos, vazios e de luto para sempre.

Há formas de passarmos por essa fase com mais delicadeza e menos dor.

1. Compreenda que cada um lida com suas perdas de forma diferente e comparar-se com os outros para saber se você está exagerando ou se já passou pela data esperada para o luto terminar só vai causar frustração. Essa é uma jornada pessoal que só você sabe como deve ser. Portanto, não considere palpites a respeito dos seus pensamentos, sentimentos e ações. Você saberá fazer o que deve fazer para que as feridas cicatrizem.

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2. Esteja aberto para falar sobre isso, mas só quando se sentir pronto. Respeite seu tempo, e quando estiver pronto será capaz de conversar sobre isso da forma que achar melhor. Pode ser um papo com a família, com amigos, um terapeuta ou escrevendo um blog, não importa. Falar sobre a morte significa que você está forte o suficiente para ser honesto não somente com você mesmo, mas também com os outros. Isso não o enfraquece, de forma alguma.

3. Acalente os momentos que você compartilhou. As lembranças da pessoa que partiu não vão desaparecer. Mas em vez de relembrar os momentos de dor e sofrimento, traga de volta os dias em que vocês deram boas risadas numa bela manhã ensolarada depois do café.

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4. Dê a você mesmo tempo para curar. Não se prenda a um intervalo específico de tempo porque você acha que o luto está demorando demais para passar. Dê-se tempo para vivenciar todos os sentimentos que envolvem o luto.

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Passar por isso não será fácil, mas procure aceitar as coisas como elas são, um dia de cada vez. É assim que você verá o final do sofrimento chegando devagar, bem ali à sua frente.

(Autora: Ana Lucia Coradazzi – médica oncologista clínica)
(Fonte: nofinaldocorredor.com)
* Texto publicado com a autorização da administradora do site




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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