Raspei a cabeça com a máquina 2 e pintei o que sobrou de vermelho. Ponto final. Mesmo.

E tudo na vida é assim: movimento, mudança contínua, novidades.

Demorei dois dias para me acostumar comigo mesma ao me olhar no espelho. Independente das motivações, é bom enxergar que já não se é a mesma coisa nem por dentro e nem por fora. E nada é o mesmo. Nada.

É engraçado como as pessoas se manifestam. Há olhares atônitos e toda aquela incompreensão que o mundo tem sobre o adverso.

Eu pensei no ridículo. E no “ficou ridículo” que alguns disseram e outros, embora quisessem, guardaram para si. Ah, mas não faz mal, porque o ridículo é interessante. E a ridiculosidade não falta entre nós.

Pagamos pelo ridículo. Música, roupa, acessório.

Pão com ovo ou calça xadrez. Patuá e adesivo da “família doriana” no carro.

Rimos do ridículo que somos e nos apaixonamos pelo ridículo dos outros.

Leia mais: Não quero caber no sonho de ninguém, quero apenas viver os desajustes do meu coração.

Sim, o ridículo é apaixonante!

Ele não tem medo de ser ridículo, porque aceita a sua ridiculosidade.

O ridículo elogia.

Presta atenção em detalhes. Sorri “do nada” para desconhecidos.

Faz as pazes, num mundo onde as pessoas alimentam o ódio até nas palavrinhas contadas do Twitter.

O ridículo escreve coisas bonitas, mas que soam ridículas porque muita gente não tem coragem de expressar estes sentimentos bons que nos perfazem e nos refazem nos momentos difíceis.

O ridículo quer ser feliz como todo mundo.

Leia mais: Ser fiel a si mesmo: ato de sensível coragem

Porque é preciso ser feliz. Mesmo sendo ridículo.

E assim: Ridiculomastê!

(O ridículo que há em mim saúda o ridículo que há em você)




Mônica Kikuti é cronista e colunista do site Fãs da Psicanálise.

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