Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.

As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.

Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.

Leia mais: Decidi que o resto da minha vida será a melhor parte da minha existência

não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.

Leia mais: Não se lamente por envelhecer, é um privilégio negado a muitos

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade

O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!

(Autor: Ricardo Gondim)




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

4 COMENTÁRIOS

    • Magnífico! Um “afago” que traduz a sensação de que não temos mais tempo a perder com acasos e justificativas enganosas. A maturidade ou vivência nos leva a pensar sobre o muito tempo perdido com coisas que não estão no nosso universo de transformação. Não se trata de mudar o mundo, mas de mudar a si mesmo enquanto permanecemos nele. Focar no que merece esforço e dedicação!
      Não vale pensar no que poderíamos ter feito, se ainda podemos usar a pouca sabedoria que a necessidade de viver nos reservou, em prol de algo valioso para nós e para quem amamos. A temporalidade e as resistências que encontramos, dão ao cansado e vivido “maduro” novas listas de prioridades e focos que se expandem em interesses; mas se reduzem em compromissos com o que de fato não é mais essencial e saudável nessa fase do caminhar. Obrigado por partilhar o verbo e a reflexão. Sintetiza bem o “garimpo”, a necessidade de salvar o que é importante e ao duro exercício de ser mais pleno e coerente a cada folha que arrancamos do calendário.

  1. Obrigada pela postagem.
    Mostrou-me que não somos tão poucos a pensar assim e mostrou-me que tenho que lutar mais ainda por aquilo que ainda não estou conseguindo praticar: Fazer com que o resto da minha vida seja a melhor parte da minha existência.
    Vou descarregar o seu artigo sobre este assunto para ver se me ajuda.

  2. Verdade puríssima, tb concordo pois a vida é muito preciosa pra se viver por viver e sem sentido. Amo verdades, por que crescemos com elas, nos ajudam a encontrar respostas para os problemas humanos. Logo podemos dizer que é maturidade, mas é tb ter sabido viver, aprender, mesmo com as perdas. Ab.

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