O que um tem a ver com o outro? Às vezes tudo, às vezes nada.

Tem tudo a ver quando estamos vazios de nós mesmos e então nos sentimos sozinhos, não importando se estamos sós ou rodeados de gente.

É como se a gente só fosse alguma coisa a partir de outro, e só fosse capaz de se reconhecer pelo olhar dos outros.

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Parece que precisamos sempre de permissão pra ser alguém, ou de um referencial. O ruim disso é: o que os olhos dos outros veem em nós nada mais é do que o que eles próprios são.

Assim, mesmo com a presença de tantos, acabamos sentindo a ausência de nós mesmos, porque não nos conhecem.

Também quando não são o que queremos acabamos igual sentindo a dor da solidão.

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Esse é o vazio existencial, o vazio que dói. É a falta de presença da gente mesmo. Nos fundimos em outros e perdemos nossa referência.

O outro vazio que nada tem a ver com a solidão é o da solitude. É o espaço sadio e necessário no qual nos encontramos conosco mesmos, é onde “somos” verdadeiramente.

É quando permitimos o silêncio, permitimos nos aquietar e enfim percebemos que nada de mal pode acontecer nesse momento.

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Mas esse vazio frequentemente evitamos, talvez porque temos emoções demais guardadas e não conseguimos sequer sentar em silêncio.

É tanta projeção e cobrança que nem sabemos voltar para nosso centro. Mas é só questão de praticar. Esse não dói, ao contrário, traz tranquilidade e serenidade, pois tem paz dentro dele.

Namastê!

(Imagem: Lukas Wawrzinek)




Servidora Pública Federal, rastreadora incansável do desenvolvimento pessoal, e colunista do site Fãs da Psicanálise.

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