Eu gosto de gente com profundidade, de conversa que te faz viajar para outro mundo. Gente que ri do próprio tombo no meio da praça, que faz graça da sua própria desgraça para arrancar um sorriso, de gente que se entrega sem receios, mergulha de cabeça confiando que a profundidade da piscina seja gigantesca. Eu gosto de gente que se apega no pouco e no pequeno, gente que se apega num “vamos ao cinema hoje? 19h” ao invés de um “vamos marcar”. Eu gosto de pessoa que se faz livro aberto.

Eu não tenho a intenção de ficar no raso, saber sua idade, onde você mora, se você trabalha ou qual curso faz na faculdade. A intenção é te conhecer de cabo a rabo, de trás pra frente. A intenção é me entregar sabendo exatamente para quem eu estou me entregando.

Eu quero saber quais motivos fazem teu coração palpitar tão rápido quanto a velocidade da luz – mesmo que seja o seu time de futebol -, o que te tira o fôlego. Eu quero saber se você fala sozinho quando ninguém está olhando e o que costuma conversar com seu eu.

Se você é daqueles que fica “putasso” quando perde uma partida no FIFA pro play. Eu quero saber o que te faz delirar, quero saber seus fetiches realizados e os não realizados, seus desejos mais insanos. Eu quero saber se você toca violão, guitarra ou flauta. Quero te ouvir cantando mesmo que sua voz seja desafinada. Eu quero saber se você é vaidoso ou desleixado. Qual cidade você mais deseja conhecer. Se acredita em extraterrestres.

Eu quero saber os seus planos pro futuro, independente se o futuro que você planeja seja daqui 10 minutos ou 10 anos. Quero saber seus hobbys e as coisas que mais te tiram a paciência. Quero saber se você fica cantando Justin Bieber no carro quando está sozinho ou se faz alguma dancinha tola quando toca Maroon 5.

Quero saber qual foi o seu maior mico público, qual parte do corpo é a que você mais detesta e o motivo dela te incomodar tanto. Quero saber se você vê filme de romance secretamente quando passa na televisão. Sim, eu quero saber o que te faz chorar de rir, o que te faz gargalhar sem parar.

Quero saber coisas básicas do dia a dia também: qual seu estilo preferido de camiseta, qual sua comida favorita doce e salgada, qual a cor você mais adora e qual mais detesta. Quero saber seu filme preferido. Quero saber qual sua bebida favorita e qual cerveja você mais gosta. Quero saber qual tipo de aventura você curte e qual a aventura mais louca que você já viveu.

Leia Mais: Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses

Quero saber sua ligação com a natureza, com o mar e com as estrelas. Se acredita em signo e quero saber qual o seu. Quero saber suas manias, mesmo as mais tolas, e quero saber também quais são suas crenças. Quero saber se prefere verão ou inverno, praia ou campo, cachorro ou gato, chuva ou sol.

Quero saber cada defeito e quero que você me conte os que reconhece antes que eu mesma descubra. Quero saber o que te faz perder o sono e o que te faz sonhar. Quero saber qual sua maior insegurança e suas decepções amorosas. Quero saber suas agonias e se tem fobia de altura, de aranha, de tubarão ou da morte, eu quero saber os teus medos.

Quero saber quantas vezes tu já quebrou a cara e como foi cada uma delas. Quero que tu me conte quando estiver chorando porque sabe que isso não te faz menos homem, quero saber tuas fraquezas, quero saber tuas tristezas, aquelas que fazem teu coração ficar pequenino igual um grão de feijão.

Eu quero pessoas reais, pessoas que não tenham vergonha de bater no peito e dizer “eu sou isso mesmo, com cada vírgula e cada ponto”. Com esse “pega, não se apega” o mundo ficou tão frio que estamos acostumados a colocar máscaras e viver uma vida dupla.

Dançamos na frente da televisão a quatro paredes e em meio a multidão estamos andando olhando pro chão com medo de cair e não enxergamos nem nossos conhecidos passando ao nosso lado. Eu quero alguém que esteja voltando enquanto todos estão indo, porque eu me entrego de corpo e alma, mas atualmente eu estou fugindo de gente vazia. Então me conta com toda sua sinceridade: quem é você?

(Autora: Daniele Denez)

(Fonte: deuruim)

*Texto publicado com autorização do site parceiro.




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui