Existem vários tipos de pessoas no mundo. Você pode até achar que existem milhões, mas não. No fim todos nós temos mais características iguais do que diferentes.

Acontece que não importa o tipo de pessoa você seja, você vai errar de vez em quando. Seja a puritana ou a assanhada, seja a boa ou a má, seja a de bons princípios ou a esculachada, você vai cometer erros. Erros pequenos ou até mesmo graves. Vai julgar mal, vai se achar na razão mesmo sem ter nenhuma. Vai magoar alguém. A única certeza de quando viemos ao mundo é essa, vamos errar. E não é pouco não. Acertar é só um bônus. O erro já vem prescrito na maternidade. Acertar depende do nosso caminho.

Sempre costumo bater na mesma tecla – nem todo mundo é totalmente bom, nem todo mundo é um completo demônio. Não há coisa na vida inteiramente má, já dizia meu versinho favorito do Mario Quintana:

“Do bem e do mal
Todos tem seu encanto: os santos e os corruptos.
Não há coisa na vida inteiramente má.
Tu dizes que a verdade produz frutos…
Já viste as flores que a mentira dá?”

Isso não me impressiona. O que me impressiona é a dificuldade que algumas pessoas têm em entender isso. Mesmo com tudo que Deus nos mostra sobre a vida, sobre a nossa caminhada, sobre as dores do corpo e da alma, sobre o que realmente importa, ainda existem Joãozinhos e Mariazinhas que não sabem perdoar, nem reconhecer seus próprios erros. Não sabem esquecer, humanizar as situações, muito menos seguir em frente.

E esses são os que mais erram, mas se sentem numa razão que vem acho que de outro planeta. Implantada nesses cérebros pequenos e vazios através de seres de outro mundo. Só baixam a guarda quando se sentem ameaçados, daí clamam por paz. Ensaiam algumas desculpas, que não passam de promessas. No fim é tudo movido por interesse e medo enrustido. Porque de forte, essas pessoas não tem nada. São covardes. Batem no peito em favor da honra que escorre pelo corpo a cada banho.

Quando a ameaça cessa e a bandeira branca é erguida eles aplaudem, e voltam a mostrar suas “penas de pavão” que afinal de contas, adquiriram com pouco esforço e muita falta de caráter. Acredito que sejam os piores seres que existem. Todos nós cometemos erros, TODOS. Mas e o Joãozinho e a Mariazinha? Eles erram, não assumem, não se redimem, clamam por uma paz mentirosa e depois discursam sobre sua falsa dignidade transbordando de rancor doentio.

A bandeira branca erguida no centro da família é arrancada por eles e cravada nas costas de quem a ergueu. Porque afinal eles continuam com o veneno em suas veias. Aquele veneno de outro mundo que só percebe que existe quem possui um olhar mais profundo e verdadeiro. O veneno já atingiu o coração.

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O nosso erro não é errar. O nosso erro é não corrigir. Não seguir em frente. Esquecer estereótipos, generalizações e julgamentos. As pessoas mudam sim. Isso é o certo. Evoluir. É preciso enxergar isso. Mas o Joãozinho e a Mariazinha estereotipam todo mundo sem nunca olhar para aquele espelho enorme que colocaram no meio da casa. Afinal esse espelho não mostra verdades. Mostra uma imagem artificial dos “pavões” montados. Da ira em forma de homem. Da falsidade em forma de mulher.

Não mostra que o estereótipo de gente são eles. O Joãozinho e a Mariazinha. Eles sim estragam tudo, com essa idéia de perseguição e veneno no coração. Arrancam “as penas de outros pavões” por puro orgulho e egoísmo. Só eles podem brilhar.

Apenas não entendo como ainda deixam essas criaturas se misturarem com gente do bem. Para mim, pavão assim deveria ter suas penas cortadas. Com isso talvez eles enxergassem o que realmente importa. Eu não deixaria migalhas de pão para Joãozinhos e Mariazinhas, os manteria para sempre perdidos na floresta com apenas um bilhete escrito: assumam seus erros que tudo se resolverá. Coitados, morreriam de frio, fome e orgulho.

Enquanto existirem Joãozinhos e Mariazinhas assim, minha fé estará abalada. Mas ainda bem que eles são a exceção e não a regra. Não seja um Joãozinho ou Mariazinha no mundo. Seja aquele que ergue a bandeira branca e não aquele que a derruba no chão.




Publicitária por formação, aeromoça por opção e escritora por paixão. Virginiana, perfeccionista, mãe do Henri. Entre fraldas e mamadeiras, entre pousos e decolagens, entre artes e artimanhas, ela escreve. Escreve porque para ela, escrever é como respirar: indispensável à vida! É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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