Vou falar de uma classe de medicamentos que é muito usada no Brasil e em todo mundo: os tranquilizantes ou os chamados benzodiazepínicos.

Este tipo de medicamento começou a ser desenvolvido em meados do século passado com a fabricação de um de seus principais representantes: o Diazepam, uma substância ainda muito utilizada nos dias atuais, mas que vem sendo substituída por outros derivados mais modernos, como o bromazepam, o lorazepam, o clonazeam, entre outros.
São popularmente conhecidos como “calmantes”, sendo uma opção terapêutica muito usado pelos médicos no tratamento de transtornos relacionados a situações estressantes pelas quais uma pessoa passa e que geram muita angústia, como, por exemplo, um trauma.

Também são usados no tratamento de sintomas decorrentes dos conflitos da vida cotidiana, como a agitação, a ansiedade, a dificuldade em aquietar os pensamentos e em dormir quando o indivíduo não consegue superar estes problemas sozinho. Em psicanálise, diz-se que esta pessoa está sem capacidade de perlaboração, ou seja, sem capacidade de resolver o seu conflito.

Os benzodiazepínicos foram desenvolvidos para serem usados nestas situações específicas e por um determinado período. Infelizmente, não é isto o que se observa atualmente, pois os benzodiazepínicos vêm sendo utilizados de forma abusiva.

Segundo uma pesquisa do Projeto Diretrizes realizado pela Associação Médica Brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina, estima-se que mais de 50 milhões de pessoas façam uso diário destes medicamentos, sendo na maioria pacientes mulheres, com mais de 50 anos, com problemas médicos ou psiquiátricos crônicos. Atualmente, cerca de 1 entre 10 pacientes adultos fazem uso de benzodiazepínicos sendo, muitas vezes, prescritos por clínicos gerais.
Por que isto acontece?

Quando uma pessoa ingere um tranqüilizante, ele é rapidamente absorvido no organismo. Seu efeito logo se faz sentir, proporcionando, em um curto período de tempo, o alívio dos sintomas.
Isto é percebido por alguns pacientes, como uma maneira quase “mágica” de lidar com situações difíceis e conflitantes, fazendo com que, em pouco tempo, ele volte a ter uma homeostase, um equilíbrio para continuar a sua vida.

Mas, como foi dito acima, os benzodiazepínicos aliviam os sintomas, mas não resolvem as causas do conflito e para que isto aconteça, é necessário que o paciente busque também uma ajuda psicológica.

Freqüentemente isto não acontece, pois a psicoterapia implica para o paciente assumir a responsabilidade pelo seu próprio sofrimento. Esta etapa mais trabalhosa é necessária para completar o processo de cura.

Assim, os tranqüilizantes fazem sua parte proporcionando uma ajuda rápida ao paciente para que ele se reequilibre emocionalmente e a psicoterapia completa este processo ao tratar das origens dos seus conflitos.

Por que os benzodiazepínicos são considerados tranqüilizantes?

Porque eles agem diminuindo a condução da excitação nervosa nos neurônios (células do sistema nervoso), podendo causar sedação ou sonolência. Assim, toda pessoa que estiver fazendo uso deste tipo de medicamento não deve ingerir bebidas alcoólicas ou drogas com efeitos semelhantes, pois o efeito de sedação do medicamento se soma ao efeito do álcool ou droga, podendo causar acidentes graves no transito ou no trabalho.

Todo benzodiazepínico tem cinco propriedades farmacológicas: são sedativos, ansiolíticos, hipnóticos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes.

Claro que cada substância tem uma propriedade mais acentuada quando comparada com outra, isto explica porque alguns benzodiazepínicos, como o flunitrazepam seja usado como hipnótico (indutor do sono) e outra como o alprazolam seja usada como ansiolítico.

Por isso, nunca tome este tipo de medicamento sem prescrição médica.

Esta classe de medicamentos é classificada como psicotrópico, sendo vendidos somente com a apresentação de receita e com a notificação de receita azul. Possuem em sua embalagem uma tarja preta alertando sobre o fato de que seu uso pode causar dependência física, ou seja, depois de um certo tempo de uso, o paciente, ao parar seu uso abruptamente, pode desenvolver sintomas tais como, agitação, insônia, irritação devido à falta deste no organismo.

Assim, sempre siga as orientações do médico ao descontinuar o tratamento, que será feito de forma lenta, gradual e adequada para que este tipo de desconforto não aconteça.




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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