A vida da gente não se baseia na quantidade de amigos que temos ou nos números de nossa conta bancária. Não se resume em fotos e curtidas e muito menos em marcas. A vida da gente é real, ela acontece sem plateia, sem data e acaba da mesma forma. É tudo muito rápido e imprevisível e a gente não tem como controlar, nem deletar, nem editar. Só acontece.

A vida da gente é aquele churrasco que foi marcado em cima da hora e tinha mais bebida do que carne. É aquele tombo no meio da rua onde um estranho te ajudou – rindo, claro. É aquele cachorro quente com bacon que você sempre come e sempre quer mais.

São aquelas gargalhadas nos momentos impróprios e que tornam tudo mais engraçado do que é de fato. É aquele rodízio de pizza com a galera que torna todos os momentos da vida especiais e que fazem cada segundo valer a pena. São aquelas fotos borradas, porque você estava bêbado demais para conseguir tirar uma selfie decente.

É aquele seu cachorro ou gato que não te deixa dormir porque quer atenção. É aquela sua noite em claro ouvindo o desabafo de um amigo – e desabafando junto, pra completar a desgraça. É aquela fome insaciável na casa de um amigo e a vergonha de pedir comida. É aquela sua vontade de usar o banheiro, mas resistir por saber que é público. É aquela corrida desengonçada pra não perder o ônibus – e acabar perdendo, no meu caso.

É aquele abraço apertado e cheio de saudade. É aquele beijo longo e demorado, cheio de vontade. É feijão com sal, que a mãe sempre dá numa xícara quando acaba de cozinhar o feijãozinho. É aquela prova que você zerou e conseguiu recuperar com lágrimas na mesa do professor – porque amoleceu o coração do coitado.

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É aquele passeio do colégio que você perdeu porque esqueceu de dar a autorização pra mãe assinar – e a professora reconheceu sua caligrafia na assinatura falsificada, bandida! É aquela batata frita com cheddar e bacon que você comeu com uma galera enorme, mas pagou sozinho – porque você é trouxa, né? Te entendo.

É aquela sopa de feijão que seu tio faz que você ama e come de garfo, porque… não tem porquê. É aquela ração do cachorro que você comeu escondido – confesso que foram poucas vezes. É aquela sua dieta malsucedida, porque depois daquele arroz integral veio aquele bolo de cenoura com cobertura de chocolate e aí já viu! É aquele mousse de maracujá… – tá, chega de falar de comida!

A vida é toda aquela confusão de sentimentos e lembranças. São todos os seus orgulhos e arrependimentos. São todas as saudades que apertam o peito. São todos os sonhos lindos que a gente acredita que vão se concretizar – e vão. São todos os nossos esforços pra fazer algo valer a pena.

São todas as nossas expectativas não atendidas, seguidas de aprendizado, que é o que fica.

São todas as nossas amizades passageiras e duradouras. São nossos momentos únicos e verdadeiros, sem efeitos ou edições. São as causas pelas quais lutamos.

São nossos medos e coragens. É nossa empatia. A vida é feita de momentos reais, não virtuais. É aquilo que acontece no físico. É o toque, o olhar, o sentimento. A vida é amor, e amor é lembrança e lembrança é eterno.

A vida não tem replay.

Chega desse negócio de “não quero, não posso” e toda essa ladainha de que a vida é dura. Chega de toda essa mágoa com coisas passadas que não te acrescentam mais, mas insistem em te travar. Chega de falso moralismo, de preconceito e preocupação desnecessária com a felicidade alheia. Chega, né?

A vida é cor. É sentimento. Chega de perder tempo! O relógio continua rodando, e o prazo não se estende.

A vida é longa, o prazo de validade que é curto.




2 COMENTÁRIOS

  1. Oi, Celeste. Tudo bem? Acredito que conceito seja uma questão de opinião, que é algo muito pessoal. Por isso a nossa forma de ver o mundo real e virtual é diferente, mas isso não significa que estamos erradas ou desatualizadas, apenas temos realidades diferentes que nos levam a conceitos diferentes. 🙂 Obrigada pela participação. Beijos!

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