Alguns casais, quando se divorciam, não conseguem separar os problemas que têm entre si da sua relação com os filhos. Pode acontecer que um dos genitores comece a falar mal do ex-companheiro para a criança, tente desfazer o laço afetivo entre os dois e até mesmo manipule a criança para atingir o ex-companheiro e sua família. Essa atitude é conhecida como alienação parental – a mãe ou o pai tentam alienar a outra parte da convivência com o filho.

Nunca é fácil lidar com uma situação como essa, mas o primeiro passo é entender o que está acontecendo. De acordo com a psicóloga Patricia Bader, coordenadora do serviço de psicologia do Hospital São Luiz (SP), não existe um critério para identificar a alienação parental, mas como ela mexe muito com a criança, alguns sinais ajudam os pais a perceber que algo não está bem.

É comum a criança manifestar muita raiva em relação ao genitor que está sendo excluído. Ela passa a não querer mais encontrá-lo, recusa-se a fazer contato e pode falar coisas que não são próprias do discurso da sua idade – como “estou brava com o meu pai, pois ele não pagou a parcela da pensão”. Também é comum que fiquem doentes com mais frequência. “No caso de crianças de até 8 anos, a reação é muito mais comportamental do que verbal. Em vez de conversar, ela fica triste, chora, nega a presença do outro”, explica Patricia.

Não é possível prever quais os desdobramentos na vida de uma criança que passa por essa situação. Mas, segundo Patricia, quanto mais tempo o caso persistir, pior é. E quanto mais cedo a criança passa por isso, também. “Quanto mais nova, menos recursos afetivos para lidar com o trauma”, diz a psicóloga.

A criança fragilizada com o conflito entre os pais pode ficar mais ansiosa, deprimida e com a baixa auto-estima, por achar que o que está acontecendo é culpa dela. Por isso, por mais que os pais estejam magoados um com o outro, não devem expor seus problemas mal-resolvidos para os filhos, nem usá-los como moeda de troca.
Para o pai ou a mãe que está sendo “agredido”, a recomendação é manter sempre o canal de comunicação aberto com o filho. Segundo Patricia, a melhor forma de mostrar que a fala do ex-companheiro não faz sentido é por meio de ações. “Seja coerente na forma de agir e demonstre com seus atos que eles podem confiar em você”, recomenda a psicóloga aos pais com esse problema.

A boa notícia para quem está passando por isso é que as coisas podem melhorar.Terapia é uma das intervenções possíveis. Mas atenção: se os pais estão com problemas, não basta achar que uma psicóloga vai ajudar a criança a passar por essa fase. O pai e a mãe também precisam procurar acompanhamento. Outra possibilidade é fazer terapia familiar ou um esquema de visitas assistidas (quando uma pessoa de fora acompanha o encontro entre filhos e pais). Em casos extremos, resta recorrer à Justiça para resolver o problema.

Quando o juiz precisa estabelecer os limites

Sim, alienação parental pode ser caso de Justiça e gerar uma ação judicial na Vara da Família. Se você acha que precisa de ajuda, a primeira coisa a fazer é procurar um advogado especializado. Segundo a advogada Juliana Cezaretto Fernandes, você também precisará juntar provas de que as atitudes do seu ex-companheiro (ou da sua ex-companheira) são prejudiciais para seu filho e para você mesmo, como desenhos feitos pela criança ou vídeos. Não ter uma prova física não impede a abertura do processo. A única coisa que pode acontecer nesse caso, segundo Juliana, é a audiência se transformar em um bate-boca dos pais, já que fica a palavra de um contra a palavra do outro.

De qualquer maneira, assim que seu caso chegar a um juiz, ele provavelmente pedirá uma perícia médica e laudo psiquiátrico para saber se é realmente um caso de alienação parental e quão grave é a situação. As sentenças vão desde nomear um psicólogo para acompanhar a criança e conciliar os pais até perda da guarda, nos casos extremos.

(Autora: Marcela Bourroul)

(Fonte: http://revistacrescer.globo.com)




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

5 COMENTÁRIOS

  1. Como psicóloga clínica ligada a Vara de Família e de Infância em Joinville-SC, penso ser muito importante divulgar mais abertamente este crime, levando para a mídia, para a imprensa leiga com entrevistas orientativas e de esclarecimento, pois a cada dia surgem mais casos, e muitos os causadores nem sabiam da lei muito menos o “estrago” que estão cometendo.

  2. Gostaria de saber de você qual é a melhor idade para se dividir em tempo igualitário o tempo de convivência com os dois genitores.
    Estou passando por um situação em que a mãe não quer a guarda compartilhada somente visitas. …acontece que apenas tive um pequeno romance com a mãe da criança de mais ou menos 30 dias. …o bebê nasceu e hoje está com 10 meses de idade e eu quero dividir o tempo de convivência inclusive ingressei até na justiça pra isso. ….o juiz está protelando o processo disendo que a criança é muito nova. …ela não o amamenta mais. ….penso no melhor pra ele sem dúvidas. ..mas quero desde o início conviver, amar e educar ele. …..Gostaria de saber qual é a sua opinião em dividir o período de convivência nessa idade. .?

  3. E quando o pai se nega a visitar, não dá pensão e é alcoólatra. Como deixar uma criança com uma pessoa dessa, como a criança não vai ver o total desinteresse desde pai, o q fazer nesta situação?

  4. E qdo o pai demora a eternidade p aparecer. E qdo aparece a criança tem medo. E ele pega a criança a força, tipo vc vai comigo mesmo não querendo. E a criança sai chorando muito. Até ele comprar a criança c doces o parar de chorar. Mas, não se preocupa c um “palito de dente” da necessidade básica da criança, um remédio se quer. Nada. E ainda quer colocar a culpa de tudo p cima da mãe.

  5. Concerteza….O pai acusa a mãe mas só vem visitar nas férias escolares…A mãe chega a pedir para vir visitar mais vezes.. .Chega a implorar para os filhos falarem com ele no telefone..Isso não ocorria desde a primeira férias escolares que foram passar juntos..Depois que voltou as crianças nunca mais quis falar ou ver o pai alegando maus tratos…E o pai em vez de assumir suas culpas joga em cima da mãe…descontando na pensão alimentícia.. .Fazendo chantagem ou as crianças vem comigo ou eu não pago mais convênio!!!!O que uma mãe faz diante dessa situação…Sendo acusada de uma coisa que não ocorre.

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