Engana-se quem pensa que o amor é só café na cama todo dia. Que amor é só sexo em todo canto toda noite. Que é só flor e afago a todo momento. Engana-se quem pensa que o amor é feito de beijo quente toda hora. Que é abraço de urso a todo instante. Que é só cafuné na rede curtindo a paisagem do mar.

Amor é tudo isso sim. Mas amar vai muito além do amor. Amar também é puxão de orelha, de vez em quando é cara feia, é cara amarrada, é louça na pia pra lavar. Amar também é excesso de zelo, é ciúme, dor de cotovelo, é dar birra, bater o pé e emburrar pra dormir no sofá. Gente, amor é pacote completo. É caixa cheiinha de sentimentos diversos, tudo junto, amontoado, misturado no mesmo lugar. Amor é uma pintura. Arte, é amar.

Quem pensa que amar é só sorriso, já aviso, vai se enganar. Se engana, também, quem pensa que amar é só chorar. Amar é dividir o pão, o colchão, ser consumido pela paixão. Amor é arroz com feijão. Amar é um manjar. Amar é se compartilhar a vida inteira. É fazer morada em outro coração. Um dia pode estar lá no céu, no outro pode ficar sem chão. Amor é tolerância, é amizade, é paciência, é perdão. É tempestade. É arco-íris. Amor é nunca querer derrubar. Amar é sempre ajudar a levantar. É não desistir de fazer sorrir. É nunca pensar em partir. É jamais querer se afastar.

Amar é entrega, é receber. Amor é presente. É ganhar uma briguinha sem ambição de ganhar. É perder uma discussão querendo mesmo perder. Amar não é ir atrás, nem se humilhar, nem tão pouco sofrer. Amar é aguardar chegar, é ficar doido pra rever. Amor não é andar de mãos dadas o tempo todo, mas é estar preso pelo coração por toda vida. Amor é troca de olhares, é troca de segredos, é troca de corpos, é troca de almas, são as reciprocidades mais lindas.

Engana-se quem pensa que amor é eterno. Eterno são os laços que ficam, é o respeito que predomina, é essa luz que sempre brilha, é a aliança da confiança. Eterna é a paixão renascendo, é o calor crescendo, é o coração sempre em chamas. Eterno é esse enorme desejo de estar sempre querendo o amor de quem se ama.




Escrever é uma fuga que sempre uso. Não tenho temas. Não tenho destinos. Alguns devaneios e desatinos, quem sabe. Solto as palavras ao vento. Viajo ao vê-las viajando pelo ar. Recolho as que voltam nos relentos das manhãs e me lavo em seus afagos. Eu me aguo, renasço. Palavras me acariciam a alma, despertam-me sentimentos, paz, calma. Leio, releio, rascunho e escrevo. Faço dos textos da minha lida, as estrelinhas da minha vida. Sou colunista do site Fãs da Psicanálise.

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