Um ataque de pânico não se trata de “frescura”, “falta do que fazer” ou “fraqueza moral”. O Transtorno do Pânico é um problema de saúde pública que precisa ser elucidado para quem sofre deste transtorno, bem como sua família e redes de apoio social do paciente.

Quem sofre de Transtorno do Pânico não precisa ser criticado, precisa ser compreendido e ajudado. Quando um organismo não está bem, este emite sua linguagem corporal através de sintomas para advertir que precisamos dar uma pausa.

O objetivo deste artigo é informar a população acerca de algumas características inerentes ao Transtorno do Pânico, para que em caso de identificação com os sintomas que serão elucidados a seguir, a população procure o profissional e o tratamento adequados, visto que os sintomas do Transtorno do Pânico causam muito sofrimento físico e emocional, não desaparecem espontaneamente, paralisando várias áreas da vida e requerendo, portanto, um tratamento especializado para que a pessoa possa usufruir de uma vida saudável e de qualidade.

O que é o Transtorno do Pânico?

O Transtorno do Pânico está classificado entre os Transtornos de Ansiedade. Sendo um tipo especifico de ansiedade, este apresenta em seu repertório comportamental respostas de luta e fuga diante de uma ameaça real ou imaginária, bem como sintomatologia bastante característica.

Todos apresentamos um certo grau de ansiedade considerada normal, e esta nos motiva na execução das atividades diárias e tem fator protetivo. Necessitamos deste “estado de alerta” para transpormos desafios e isto é saudável. No entanto, quando a ansiedade é exacerbada, caracteriza-se como uma patologia, visto que o organismo passa a um constante “estado de alerta” sendo muito prejudicial, pois dificulta a vida do indivíduo.

O que caracteriza um ataque de pânico?

Um ataque ou crise de pânico se caracteriza por um desequilíbrio ou alteração neuroquímica no cérebro de alguns neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina. No caso de um ataque de pânico, esta descarga de adrenalina prepara o organismo para a luta ou fuga sem que haja uma ameaça específica, ou seja, sem que exista uma ameaça real, se caracterizando por um estado agudo e extremo de medo irracional, em um curto período de tempo em que atinge o ápice de extrema ansiedade entre 15 a 20 minutos.

Uma crise ou ataque de pânico é algo terrível. Muitos sintomas advém no mesmo instante e neste momento a pessoa pensa que vai morrer ou enlouquecer, sendo muito comum a procura por emergência, pronto-socorro ou ambulância por queixa cardíaca ou neurológica.

Para ser caracterizado como crise, pelo menos quatro dos treze sintomas devem estar presentes concomitantemente, causando extremo sofrimento para quem sofre deste transtorno.

Alguns sintomas de um ataque de pânico são: Falta de ar, tonturas, tremores, visão turva, náuseas, suores e calafrios, boca seca, ondas de calor, formigamento nas extremidades (mãos e pés), sensação de desmaio, dores de cabeça, agitação, taquicardia (palpitações), sensação de morte iminente, medo de enlouquecer, desrealização e despersonalização.

Vale a pena ressaltar que um episódio isolado de crise de pânico não fecha um diagnostico de transtorno do pânico. Qualquer pessoa pode ter uma crise isolada em situações de extremo estresse.




Psicóloga, escritora, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

5 COMENTÁRIOS

  1. só quem passa por isso sabe o quão triste é, principalmente quando no início dos sintomas não encontramos nenhum médico que nos explique que pode ser pânico/ansiedade, simplesmente lhe dão captopril para baixar a pressão, um comprimido ou até dois de valium, pedem prá vc aguardar e depois te liberam…..e dizem vc. ficou nervosa ….isso passa, comecei a sentir essas crises depois de perdi 5 pessoas queridas em meio ano 2 um dia de diferença minha mãe e meu tio, 3 grandes amigos que até hoje sinto muita falta……e só depois de visitas a medicos cardios particulares e um neuro que só me deram drogas que ia parar direto ao pronto socorro, que eu em busca soube me diagnosticar, e agora estou a um mês me tratando em um faculdade de psicologia aqui da minha cidade mas estou sem ir pq. estão em recesso, já regredi de novo……

    • Maria Aparecida, lamentávelmente vc não é a única. Sou psicóloga e fico chocada com o desconhecimento médico atual. Ouvi um caso de uma paciente, exatamente igual ao seu. O importante é não desistir e manter seu tratamento. Fé em Deus e pé na tábua!

      • Ja fui diagnosticada com ansiedade generalizada e sintomas de depressão, me passaram um remédio que seria um tratamento de 21 dias, acabando esse tempo, n era p tomar mais e quando parei parece q voltou tudo de novo, parece q mais forte. Ando sentindo mt dor no seio esquerdo, mal estar, queimação… você como psicóloga acha que isso é por causa da ansiedade ou pode ser um infarto???

    • Você precisa procurar um psiquiatra e um psicologo, o tratamento é com esses dois profissionais ao mesmo tempo (dependendo do caso), alguns casos não é necessário o remédio, dispensando o tratamento com o psiquiatra.

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