Distimia é um tipo de depressão crônica, de moderada intensidade. Diferentemente da depressão que se instala de repente, a distimia não tem essa marca brusca de ruptura. O mau humor é constante.

Os portadores do transtorno são pessoas de difícil relacionamento, com baixa autoestima e elevado senso de autocrítica. Estão sempre irritados, reclamando de tudo e só enxergam o lado negativo das coisas. Na maior parte das vezes, tudo fica por conta de sua personalidade e temperamento complicado.

Sintomas

O principal sintoma é a irritabilidade, mas existem outros:

* Mau humor;

* Baixa autoestima;

* Desânimo e tristeza;

* Predominância de pensamentos negativos;

* Alterações do apetite e do sono;

* Falta de energia para agir;

* Isolamento social;

* Tendência ao uso de drogas lícitas, ilicítas e de tranquilizantes.

Diagnóstico

O diagnóstico é eminentemente clínico. O dado mais importante a considerar é a manifestação dos sintomas durante pelo menos dois anos consecutivos.

Via de regra, os portadores de distimia desenvolvem concomitantemente episódios de depressão grave. Quando se recuperam, porém, retornam a um patamar de humor que está sempre abaixo do nível normal. A maior dificuldade é que raramente se dão conta do próprio problema. Acham que o mau humor, a falta de prazer e interesse pelas coisas e a tristeza que não dá trégua fazem parte de sua personalidade e do seu jeito de ver o mundo, e quase nunca procuram ajuda.

Diagnosticar o transtorno precocemente e introduzir o tratamento adequado é de extrema importância, uma vez que por volta de 15% a 20% dos pacientes tentam o suicídio.

Prevalência

A distimia pode aparecer na infância ou numa fase mais tardia da vida. O mais comum, porém, é que surja na adolescência. Há evidências de que muitos idosos já tinham manifestado sinais do transtorno na adolescência.

Na infância, acomete igualmente meninos e meninas. Depois, é mais prevalente nas mulheres do que nos homens.

Tratamento

A associação de medicamentos antidepressivos com psicoterapia tem apresentado bons resultados no tratamento da distimia. Isoladamente, um e outro não funcionam a contento. Embora os antidepressivos corrijam o distúrbio biológico, o paciente precisa aprender novas possibilidades de reagir e estabelecer relações inter-pessoais.

A psicoterapia sem respaldo farmacológico é contraproducente, porque cobra uma mudança de comportamento que a pessoa é incapaz de atingir por causa de sua limitação orgânica.

Recomendações

* Se você conhece alguém sempre de mau humor, irritado, pessimista, considere a possibilidade de que seja portador distimia, um distúrbio do humor para o qual existe tratamento, e tente convencê-lo a procurar assistência médica;

* Fique atento: a distimia, assim como a depressão clássica, pode acometer crianças e adolescentes. Às vezes, esses transtornos estão camuflados atrás do baixo rendimento escolar, do comportamento anti-social e do temperamento agressivo que não conseguem controlar;

* Se, nos últimos dois anos pelo menos, seus amigos e parentes têm comentando que você anda de cara amarrada, irritado, descontente com tudo e com todos, esteja certo de que isso não é normal, procure um médico;

* Não subestime os sintomas da distimia. Para aliviar os sintomas, é comum o paciente recorrer ao uso de drogas e de tranquilizantes. Em 15% a 20% dos casos, surge ideação suicida;

* Não se engane: não atribua ao envelhecimento, a casmurrice, o mau humor e as queixas do idoso que só reclama e não quer sair de casa. A distimia pode acometer pessoas na terceira idade;

* Mantenha a adesão ao tratamento farmacológico e à psicoterapia. Os medicamentos ajudam a corrigir o problema físico e a  psicoterapia, a aprender novas formas de relacionamento.

(Autor: Drauzio Varella, médico cancerologista)




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

5 COMENTÁRIOS

  1. Tenho 67 anos e vivo com esses sintomas a exatos 67 anos. É uma luta! Antes não se tinha conhecimento dessas informações. Hoje porem, como tenho maiores informações, tenho buscado ajuda de dez anos pra cá. Mas não posso descuidar. Mesmo tomando medicamento e acompanhamento e buscando ajuda de outras formas, nunca fico cem por cento bem.

  2. Eu tenho esses sintomas ,mas não a maior parte do tempo,as vezes nem eu me aguento de tanto mau humor é mais no período da TPM ,será q devo procurar u médico ?Se sim ,qual especialista?

  3. Fui diagnosticada com Distimia, há alguns meses, quando já não me aguentava mais e resolvi procurar ajuda, pois até então, ao meu ver eu era normal e chato eram os outros. Espero que os remédios e a terapia ajude realmente. É muito triste viver assim.

  4. Já li bastante sobre DISTIMIA…sempre achei preocupante esse quadro de “mau humor constante”………….apesar que quando se “aprende” agradecer…pois o que parece ser natural para muitos…para outros é questão de treinamento…………..gratidãooo…

  5. As pessoas não falam muito, mas existe muito preconceito em cima deste assunto. Eu mesmo que sou distímico, parece que consigo ver o descaso com portadores desta doença. “Sao tudo um bando de preguiçosos, desocupados, se fazem de doentes para chamar a atenção”.

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