O que são os vampiros emocionais?

Os vampiros emocionais são pessoas cujas atitudes tendem a “sugar” a nossa energia, tal qual a ideia de um vampiro. Isso ocorre através de atitudes negativas, e normalmente essas pessoas fazem parte de nosso ciclo social mais próximo como pessoas de nossa família, trabalho ou pessoas que consideramos como nossos amigos. É bem comum que essas pessoas deixem um rastro de confusões e desentendimentos por onde passam, o que gera consequentemente alto nível de estresse e até mesmo fadiga emocional. Outro ponto importante é que não tem grandes variações de gênero, ou seja, temos tanto homens quanto mulheres que podem se encaixar nesse perfil.

Quais tipos de personalidade típicas dos vampiros emocionais?

Não há uma regra específica a qual possamos afirmar que pessoas com determinado tipo de personalidade será um vampiro emocional, contudo, é comum encontrarmos pessoas com personalidades do tipo exigente, pessimista, catastrófica, vitimista, agressiva ou sarcástica com esse perfil. De acordo com cada tipo de personalidade a ação provocada pelo vampiro emocional tende a variar. Vamos explicar como esses tipos se comportam:

Exigente: Para esse nada é bom o bastante, por mais que você se esforce, nunca é o suficiente. Ele sempre ressalta seus pontos fracos na tentativa de sobressair. São pessoas muito intransigentes, que não aceitam a opinião de ninguém e acabam transformando qualquer evento em uma verdadeira furada. Elas esgotam suas energias de tal forma que podem acabar te contaminando com tamanho mau humor e reclamações recorrentes. Tome cuidado para não se afetar e acabar repetindo o mesmo comportamento se você conhece alguém assim!

Pessimista:  O pessimista é aquele que sempre enxerga o lado negativo de todas as situações. Parte do princípio que tudo vai dar errado e que não adianta nem tentar mudar as coisas. Além de ver o mundo dessa forma, ele tende a tentar convencer quem está perto a agir do mesmo jeito. Se você convive com um tipo pessimista fique atento e não se deixe contaminar pela visão distorcida das coisas.

Catastrófico: O tipo catastrófico lembra bastante o pessimista, mas numa escala bem mais preocupante. Na verdade, preocupado é tudo que ele é, e muito mais do que deveria. Para ele o caos é seu fiel escudeiro, tudo vai sempre dar errado e ele claro será o primeiro a ser afetado. Esse perfil está sempre aguardando as mais aterrorizantes notícias e não se contenta em ficar sozinho nessa paranoia, e por vezes, acaba levando as pessoas que estão próximas a mesma situação.

Vitimista: O vitimista é aquele que tem como frases clássicas: “Eu não sabia de nada”, “as pessoas sempre fazem isso comigo”, dentre outras na mesma linha. Ele nunca se responsabiliza pelas suas ações, pelo contrário, atribui ao outro aquilo que era seu. Além disso, tende a colocar os próprios problemas sempre como mais importantes e urgentes que os demais, afinal de contas, quem na vida sofre mais do que ele, não é mesmo? Por não se comprometem com os resultados de suas ações acabam transferindo as próprias responsabilidades para o outro, então, fique atento e não caia nessa furada.

Agressiva: Sabe aquela pessoa que você precisa medir cada detalhe do que vai dizer? Que se ofende com qualquer coisa e faz tempestade em copo d’água? É, estou falando do agressivo. Esse perfil tende a sempre arrumar as maiores confusões o que gera um desconforto enorme para que convive com ele. Podem ser brigas de bar, na família, no trabalho… Onde tem confusão, o agressivo está no meio, e sem a menor preocupação com as palavras que vai usar, se pode ou não magoar alguém. Apesar disso, sente-se extremamente ofendido com qualquer coisa, o que te obriga a gastar uma energia enorme para uma simples conversa de 10 minutos, por exemplo.

 Sarcástica: Ah, o sarcástico, quem nunca viu um em ação, não é mesmo? Sabe aquele coleguinha da escola que te chamava pelo apelido que você detestava, zombava de você, fazia piada com a turma toda e depois se justifica dizendo que “era só brincadeira?” Pois, o sarcástico quando entra em ação muitas vezes pode abalar a autoestima de quem está por perto. O que eles chamam de “brincadeira”, na verdade são “piadas” de muito mal gosto que podem de fato ofender e desrespeitar as pessoas que estão ao redor, além de por vezes serem cruéis.

Por que isso acontece e quais as consequências?

Normalmente essas pessoas passaram por algum trauma na infância, ou outra situação que tenha gerado o aprendizado desse comportamento inadequado. Esse comportamento por inclusive ter sido fruto do espelhamento de relações disfuncionais dentro da própria família. Por isso podemos dizer que nem todos os vampiros emocionais tem consciência plena de suas ações. No entanto, não podemos eximi-los da responsabilidade de suas ações e é importante impor limites para as ações deles.

Uma vez que esses limites não sejam bem delimitados no início da relação, os vampiros emocionais tendem a perceber a nossa fragilidade e se aproveitar disso para “sugar” a nossa energia, considerando que a própria personalidade deles não foi bem constituída. As consequências para quem convive com eles podem ir desde o estresse, ansiedade, baixa autoestima, até mesmo em alguns casos contribuir para quadros de depressão, visto que a pessoa poderá passar a se enxergar como o vampiro emocional sugeriu.

Tentar competir com eles não é indicado, uma vez que eles tendem a escapar das discussões sempre desqualificando e humilhando as pessoas. Para não se expor usa argumentos bem estruturados para passar a ideia de que na verdade ele é bom e que tudo não passou de um mal-entendido.

Como se proteger desses vampiros?

Como falamos eles são bem articulados e dificilmente vão perder nas discussões, mas por se tratarem de pessoas que normalmente são bem próximas de nós, é importante avaliar se a pessoa em questão estaria disposta a conversar. Por vezes uma conversa franca pode ajudar a pessoa a se dar conta das próprias atitudes e refletindo sobre elas, poderá vir a tentar mudar as suas ações. Contudo, em outros casos, a melhor saída é evitar o contato contínuo, pelo menos enquanto você não se sentir “blindado” contra os ataques dessa pessoa.

E para ficar blindado diante dessas pessoas não adianta usar cordão com dentes de alho, poção mágica ou assistir ao filme do Crepúsculo ou Conde Drácula! É importante sempre buscar o autoconhecimento e procurar identificar em você o que te deixa frágil diante do vampiro emocional, afinal de contas, eles só vão nos atingir se não tivermos munidos de boa autoestima, autoconhecimento e consciência de que as escolhas e pontos de vista do outro pertencem a eles e não a nós. Que podemos sim nos ouvir a opinião das pessoas, mas antes de colocar qualquer coisa em prática ou atribuir aquela percepção a nossa visão de nós mesmos precisamos passar tudo na peneira da razão e procurar entender se aquilo é apenas reflexo da própria pessoa, acredite, esses vampiros têm reflexo, ou se de fato fazem sentido para nós!




Psicóloga. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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