Categories: Amor

Como continuar a viver após tantas frustrações?

Após tantas frustrações, dores e desilusões entendes que o teu coração continua a bater, como diria Drummond, percebes que viver é uma ordem. O dito amor, nosso forte subterfúgio, resultou inútil e o coração está seco. És triste, amargo e angustiado.

A tristeza, fardo de quem é vivo, é a tua fiel acompanhante, a única que, no meio desta avalancha, parece ter permanecido. Na verdade, o sentimento é misto, tédio, dor e, por vezes, náuseas, em suma, uma acentuada repugnância.

Homem de poucas aspirações, tinhas poucos sonhos. Por onde andam? Querias um emprego pacato lá nas bandas da cidade, aquela linda multa de olhos verdes ao teu lado e, de quando em vez, um copo de vinho com os amigos numa sexta-feira à tarde. Tudo te foi negado.

Hoje, resta-te nada senão o maço cigarros por cima dos poemas de Bukowski na cabeceira. Resta-te nada senão o vazio azuladodestas quatro paredes, resta-te nada senão a solidão.

“Dê-me mais vinho, porque a vida não faz sentido”, escreveu Bernardo Soares há anos, justificando a atua atual condição. Então bebes, fumas, lês e escreves… escreves, lês, fumas e bebes, até não poder mais.Perdeste a noção do tempo, também já não mais faz diferença. Não sabes de ninguém, tão pouco de ti. És só, no meio destes 7 biliões.

Os encontros com mundo te entristeceram e a angústia é cada vez mais visível dentro dos teus olhos. Como um mecanismo de defesa, criaste uma personalidade desconectada do mundo, um estágio de isolamento psicológico torturante. A tristeza e a solidão, os dois principais senhores mais temidos dos nossos tempos, fazem agora parte de ti e os encontros com mundo são angustiadores.

A tua mulata se foi, por isso perdeste o trabalho. Não! Perdeste o trabalho e, por isso, a multa se foi. Qual é a diferença?

Hoje, desesperado, bebes um copo, fumas um cigarro e perguntas-me: o que faço agora? Eu bebo outro copo, fumo outro cigarro, levanto os ombros e respondo: não sei.

Estêvão Azarias Chavisso

Jornalista, da Agência Lusa ( Agência de Notícias de Portugal), delegação de Maputo (Moçambique). “É um menino, igual a tantos, apaixonado pela escrita e cheio de sonhos. Sem grandes pretensões, escrevo o que sinto emotiva e apaixonadamente. A tinta é a dor e a fonte é o coração”. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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  • Qual a utilidade desse texto? Baixo astral pra caramba! A chamada nos faz pensar que será um texto que ensina a viver após as frustrações e no fim é um desabafo de quem não sabe o que fazer, com o agravante de fazer parecer natural o frustrado descambar para a bebida, o cigarro, para os vícios enfim. Decepcionante ver esse texto numa página que foi criada para inspirar as pessoas...

  • Adriana e Mariana não é ruim o texto!!! o texto é bem escrito, bem claro e bonito!!! porém o ruim é a historia narrada sobre vidas que vivem assim... é triste esse texto e é real para algumas pessoas, infelizmente. Os psicanalistas, psicólogos sabem disso mais do que qualquer pessoa, esse texto é certamente narrado por um desses profissionais da área da psicologia, ou por um paciente deles.
    Em todo caso... Não devemos perder à esperança de sermos felizes essa é uma grande força espiritual, psíquica do homem!!! pois, a cada vez que o sofrimento bater na sua porta responda que a esperança já esta contigo e serás feliz!!!

  • Obrigado pela sugestão de como continuar a viver após tantas frustrações. Beber, fumar, se isolar, voltar a beber, a fumar, dormir, se resignar. A crônica é um convite ao não viver após tantas frustrações. O tema proposto, convidativo a princípio, se mostrou decepcionante, FRUSTRANTE. Mas isso não é vida..é sobrevida. Pelo menos mudem o tópico deste texto. Sugestão: COMO DEIXAR DE VIVER APÓS TANTAS FRUSTRAÇÕES.

  • Eu tbm não gostei do texto e não entendi a utilidade. Parei pra ler, pq achei que me acrescetaria algo... Já li artigos melhores por aqui...

  • Que texto bosta , sem pé nem cabeça e com vários erros de português.... qdo pensei que ia entrar no assunto o texto acaba...

  • Talvez o intuito do testo é fazer os leitores refletir e identificar em si ou em outros tais comportamentos destrutivos.

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Estêvão Azarias Chavisso

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