Filmes e Séries

10 filmes para quem não tem preguiça de pensar

A lista de filmes instigantes apresenta títulos bastante metafóricos e um pouco indigestos. Se arrisca?

A lista é bastante complexa, com alguns títulos surrealistas e a maioria trabalha muito bem com elementos simbólicos. Não é uma lista fácil.

Mas nada extremamente complicado para quem já passeou por tantos outros filmes complexos. Preparados?

1. Um dia , um gato , de Vojtech Jasný

Realizado em 1963, quando existia a Checoslováquia, este filme quebrou os paradigmas estéticos do comunismo, antecipando os filmes que viriam depois do fim do regime , com cores estridentes, narrativa fantasiosa, ao estilo de uma boa fábula. Um filme que mergulha na natureza do caráter humano por meio de uma trama aparentemente inocente e despretensiosa.

2. Ladrões de bicicleta, de Vittorio de Sica

Seminal obra do Neorrealismo italiano, sobre a maratona de um pai de família em busca da sua bicicleta que foi roubada, instrumento de trabalho essencial para arrumar um emprego na Itália pós Segunda Guerra Mundial, arrasada pela fome e pelo desemprego.

3. Belíssima, de Luchino Visconti

Outra obra marcante do Neorrealismo italiano sobre uma mulher destemida e determinada que não mede esforços para tornar sua filhinha, que ela considera belíssima, uma atriz de cinema.

Cena do filme Belíssima

4. Um cão andaluz, de Luis Buñuel

Primeiro filme de Buñuel, realizado em parceria com o pintor Salavdor Dalí. Ambos escreveram o roteiro a partir de sonhos que haviam tido. O filme é uma ortodoxa obra surrealista, que investiga um tema bastante familiar de forma peculiar: a incomunicabilidade entre homens e mulheres além da famosa crítica institucional.

Leia Mais: 10 Filmes Sobre Skinner e o Behaviorismo

5. A idade do ouro, de Luis Buñuel

Segundo filme de Buñuel, realizado em parceria com Dalí. Esta obra também surrealista e bastante polêmica, fala sobre um dos temas mais caros ao cineasta espanhol: o amor-fou e sua impossibilidade de explodir com naturalidade na sociedade.

6. O bebê de Rosemary, de Roman Polanski

Apesar da trama fantasiosa demais para muitos, O bebê de Rosemary apresenta um elemento muito importante: trata-se de um filme de terror sem nenhum elemento de horror incluso. Sem uma gota de sangue, sem um gesto violento, Polanski levou para as telas o romance de ira Levin de forma elegantemente assustadora. Um filme esteticamente elaborado, cheio de pequenos detalhes que vão se revelando a cada vez que o assistimos.

Cena do filme O bebê de Rosemary

7. Ensina-me a viver, de Hal Ashby

Filme do início dos anos 1970, sobre o amor entre um garoto de 20 anos por uma senhora de quase 80 anos. Ele tem ideias suicidas e ela aproveita a vida ao máximo, de forma irreverente e transgressora. Uma bela obra de contracultura.

8. O fundo do coração, de Francis Ford Coppola

Este belo filme de Coppola não caiu muito nas graças do grande público devido ao seu estilo mais experimental e profundamente sofisticado. Coppola analisa os triviais desencontros e desajustes amorosos por meio de uma linguagem onírica, que nos remete ao mundo brilhante e enganador das noites das grandes cidades, com seus espetáculos, torpores e propagandas.

9. 1984, de Michael Radford

Este visceral filme baseado no célebre romance homônimo de George Orwell, mostra uma sociedade distópica , em que prazeres banais são proibidos , como tomar café, por exemplo. Tudo anda calmamente até uma jovem enviar a um homem um pequeno bilhete com as palavras “Eu te amo”. O filme mostra com contundência o poder do sexo e do amor na sociedade.

10. Detenção, de Paul Scheuring

Remake americano de um filme alemão sobre uma experiência que pretende remontar o contexto de um presídio. Alguns membros do experimento devem atuar como guardas e os outros como detentos. Mas conforme a experiência vai se desenrolando, alguns membros começam realmente a acreditar em seus personagens. Um poderoso filme sobre a perigosa dinâmica do poder.

Cena do filme Ensina-me a viver

Sílvia Marques

Profa. doutora , idealizadora da Pós em Cinema do Complexo FMU, escritora e psicanalista. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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Sílvia Marques

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