Preste atenção no comportamento das pessoas quando se deparam com um bebê. É comum ouvir frases como “Nossa, que vontade de morder” ou “Vou apertar essa fofura!”.

E o pior: as sentenças são, na maioria das vezes, pronunciadas entre dentes cerrados, com aquela expressão de quem realmente vai espremer aquele ser indefeso e pequenino, apesar de não existir uma vontade real de fazer mal ou machucar a criança. Pode admitir.

Você mesmo já disse ou sentiu isso ao olhar para o seu filho, não é?

De acordo com um estudo de um grupo de pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, há uma explicação científica por trás dessas reações contraditórias.

Responder a uma experiência positiva com uma emoção negativa é uma forma de o cérebro humano regular suas emoções diante de situações que mexem com o nível dos sentimentos.

“As pessoas podem recompor o equilíbrio emocional com essas expressões”, diz a cientista da área da psicologia e líder da pesquisa, Oriana Aragon. “Elas parecem surgir quando estão dominadas por fortes emoções positivas.”

De acordo com o estudo, o mecanismo funciona mais ou menos assim: você vê um bebê tão fofo que se enche de um sentimento enorme de adoração. Para regular o corpo, depois de uma dose pesada de emoção, o cérebro manda reações contrárias, com o objetivo de reequilibrar as emoções causadas por aquele excesso.

O princípio é o mesmo para aquelas situações em que choramos de alegria e rimos de nervoso.

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Para chegar a esse resultado, os autores da pesquisa reuniram um grupo de participantes que viam imagens de bebês fofos e registravam suas emoções. Em vez de apenas sorrir e emitir sons de admiração como “Oh” ou “Ah”, muitas pessoas respondiam às imagens com palavras relacionadas à agressão, usando palavras como “apertar”, “morder” e até “socar”.

O estudo concluiu também que as pessoas que regulam seus sentimentos dessa maneira, com o uso de expressões contrárias, tem mais facilidade de se recompor após viver emoções extremas.

Então, da próxima vez que alguma tia vier apertar as bochechas dos seus filhos ou que você mesma sentir vontade de morder os pezinhos do seu bebê, não se espante. É normal (desde que ninguém machuque, de fato, as crianças)!

Fonte: Crescer

Autor: Vanessa Lima




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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