O sol já não fica tão forte, os dias começam a diminuir e o frio aumenta com o passar dos meses. O outono é uma estação considerada de transição de um tempo quente de verão para o frio de inverno, o que significa mudança na natureza. Mas o quanto esta mudança do tempo influência no nosso cotidiano?

Há poucos dias, as primeiras massas frias devido a aproximação do outono, foram responsáveis por fortes temporais que ocorreram desde o sul até o sudeste do Brasil.

Em São Francisco de Paula, na região serrana do Rio Grande do Sul, diversas casas foram destelhadas e uma pessoa morreu. Entre São Paulo e Rio de Janeiro também houve fortes chuvas que provocaram transtornos com registro de um óbito. O ar mais seco e frio de outono, algumas vezes pode formar fortes temporais.

É o próprio contraste do tempo quente com o mais frio e seco que gera as tempestades severas. Nesta época é aconselhável ficar de olho da previsão do tempo, pois as condições meteorológicas podem mudar muito rapidamente.

E qual a ligação do tempo atmosférico com a saúde humana?

No passado o enfoque do clima na saúde era mais abrangente. No ocidente, o filósofo grego Hipócrates, considerado o pai da medicina moderna, dava grande destaque às entradas e saídas de vento para a condição de saúde de uma cidade ou região.

Há uma completa descrição da influência do tempo na saúde, elaborada nos meados de 400 a.C.. Na China do passado, para a milenar Medicina Tradicional (MTC) não havia separação entre clima e saúde, era considerado que se manter conectado com o ambiente natural é fundamental para a qualidade de vida.

Na MTC, este ambiente natural pode ser simplificado em termos da teoria dos cinco elementos. No clima, o verão é fogo, o final do verão é terra, o outono é metal e o inverno é água. No outono o metal também é o órgão pulmão e o tipo de comportamento adequado é o de colher energia (qì).

Ou seja, deve se prevenir da perda de qì e recolher para ter um resguardo para o inverno, quando o frio pode ser ainda mais intenso e prejudicar o órgão que armazena a energia, os rins. O pulmão é o órgão que recolhe a energia do ar para manter o corpo. Se o pulmão não funciona bem, gera uma respiração inadequada e pode ocasionar doenças físicas e mentais.

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Um esquilo armazena alimento na toca, o urso acumula gordura comendo mais no outono.

Os animais percebem esta energia, este qì, e sabem da importância de se prevenir e guardar para as estações mais críticas, pois estão inteiramente expostos ao ambiente natural.

O homem não está tão exposto, mas ainda é um ser que vive neste ambiente. O vento frio pode exercer uma grande influência no corpo humano, pois é ele que pode retirar a energia do organismo.

Tanto na ciência moderna como na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) se considera que o ar frio pode agravar ou desencadear doenças de variados tipos, especialmente respiratórias. No conhecimento tradicional, a exposição ao vento frio de outono retira a energia dos canais do corpo e, dependendo da saúde geral da pessoa e de seu equilíbrio com o ambiente, pode desencadear determinada doença.

Na ciência moderna, também se considera que o vento retira o calor do corpo e pode baixar as defesas do organismo. Isso é alvo de diversas pesquisas nas áreas de medicina e biometeorologia.

Como medir a sensação de frio e se prevenir?

Na ciência atual se considera que a sensação de frio depende de muitas variáveis, tanto externas como internas do corpo humano. Considerando uma média, foi estabelecido um índice chamado no inglês de “Wind Chill”, literalmente frio do vento, conhecido no Brasil apenas como “Sensação Térmica”.

Como o nome diz, é a medida do quão frio é o vento e quanto ele pode retirar de calor do corpo. Basta saber a temperatura, a velocidade do vento e olhar numa tabela para ver se o vento é perigoso ou não.

Há diversos artigos científicos que associam o vento ou especialmente o Wind Chill a aumento em internações em hospitais devido à asma, bronquites, bronquiolites, etc. Há também aumento de mortes devido a doenças cardiovasculares, especialmente em idosos. Uma forte massa de ar polar pode lotar os pronto socorros.

Mas isso não é novidade. Há milênios já se dava nome aos ventos frios justamente porque eles tinham influência na vida das pessoas. No Brasil, quando ingressa uma forte massa de ar frio, geralmente há vento forte em algumas regiões. No sul do país, o vento gelado é conhecido como Minuano.

O perigo está nestes ventos fortes e frios que sopram do quadrante sul. Nestes dias mais críticos é necessário não se expor ao frio que pode variar demais a temperatura do corpo. É indicado especialmente não expor as crianças, idosos ou pessoas doentes a estas condições.

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Nas regiões com frio mediano do Brasil, como a região sudeste, o perigo é maior durante as mudanças bruscas de temperatura. No sudeste, os ventos frios ainda são do quadrante sul, mas são menos comuns e a importância do conhecimento do comportamento do tempo aumenta.

O frio também pode ser forte na região centro-oeste e algumas massas de ar polar mais intensas podem chegar até o sul das regiões norte e nordeste do país. A variação de temperatura deve ser acompanhada nos relatos meteorológicos para se prevenir de doenças e perdas na vida vegetal, animal e humana.

A adaptação à nova estação

Na Medicina Tradicional Chinesa o resguardo e a adaptação ao ambiente é considerado de fundamental importância para se manter saudável durante as estações mais adversas. Muitas vezes pensamos que uma breve exposição a estas condições não irá gerar algo grave, mas pode ser fundamental para agravar ou desencadear uma doença.

A exposição à chuva gelada pode ser bastante perigosa, dependendo da condição do indivíduo, pois ela pode manter o corpo com baixa temperatura durante um tempo longo e gelar regiões críticas que possuem normalmente mais calor. Para se manter saudável é necessário seguir o ritmo do ciclo da natureza e evitar excessos e faltas.

A conexão com a natureza também significa evitar o artificial, como alta ingestão de remédios, comidas artificiais e não adequadas para a estação. Por isso é indicado o consumo de chás e alimentos da época.

Na parte emocional os vários tipos de mau comportamento podem afetar os órgãos e a saúde mental. Os vícios, a vida desregrada, etc, não estão de acordo com o comportamento adequado do ser humano. Os povos na antiguidade sabiam disso, seguiam o ciclo natural das estações no ano e mantinham a saúde. A longevidade era bem maior!

Fonte: Epoch Times

Autor: Fernando Nunes 




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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