A arte de conviver com pessoas, pra mim, está na lista das coisas que fazem a vida valer a pena. O mundo só se fez mundo pelas pessoas que aqui estão. Somos nós, os humanos, quem construímos e também que desconstruímos coisas, e relações.

Conviver com os outros tem a ver, penso eu, com esse entendimento e com uma aceitação (aceita que dói menos): os outros são o que são, são recheados de acertos e erros, perfeições e imperfeições, mas se há algo neles que te conecte, seja laço sanguíneo, seja a amizade de anos, seja uma identificação por alguma característica, seja a vontade de ser um pouquinho como ela é, dá pra conviver sim. Mas, há que ser maduro o suficiente para pagar o preço de qualquer relação, e um preço que não é medido em cifrão, mas sim em emoção. Pra ti, quanto vale?

Aquela amiga de mais de 15 anos, tri íntima, tá num dia de lavar a roupa que tu sujou com ela quando vocês combinaram de sair pra balada mas tu deu pra trás. Aí tu escuta, considera o que ela fala, faz um mea culpa, e tá, segue o baile porque vocês tem intimidade o suficiente para falar na cara e depois se abraçar.

Tua tia tá naqueles dias de dar conselho, aqueles conselhos que ela gostaria que alguém tivesse dado a ela quando tinha a tua idade, e ela, agora mais madura, quer te ensinar. Tu pode escolher: dá de costas e deixa ela falando com o Batman ou acolhe o que ela diz com benevolência e guarda num cantinho do teu coração.

Aquele broto com quem tu te envolveu há tempos atrás ressurge das cinzas com a mesma capacidade com a qual te deixou falando sozinha quando tu tava curtindo ele. Ou tu faz uma catarse e despeja toda tua frustração nele, mas lembre-se de que foi tu mesma quem criou expectativas e que a frustração é tua e somente tua; ou tu deixa ele no mesmo vácuo que tu ficou quando ele não respondeu tuas mensagens, ou, por fim, tu respira e relaxa e depois de um tempo te comunica com ele.

Escolhas. A magia das escolhas e a arte da convivência! Entendo que somos nós quem temos o poder de escolher e considerar quem gostaríamos de ter em nossas vidas: aquela amiga que dá ótimos conselhos mas que às vezes fica puta contigo e tu não entende direito. Aquela tia que é rabugenta mas diz que admira o teu esforço para crescer profissionalmente. Aquele broto que te elogia quando tu trabalhou o dia inteiro, e tá com as olheiras na bochecha, mas que sai pra balada no sábado e não te convida. Ninguém disse que seria biscoito escolher, tampouco conviver, mas, mais vale trocar experiências e afeto do que ficar em casa chorando as pitangas e dizendo que ninguém te ama e ninguém te quer por perto.




5 COMENTÁRIOS

  1. Muito bacana o texto, leve como devem ser nossas sacadas em relação ao Outro…ou não; a leveza também tem seu peso… Mas prefiro mil vezes trocar experiências, sofrer decepções, expor meus sentimentos e transmitir meu afeto a viver no deserto das aparências.

  2. A proposta do texto é interessante , mas a construção dele, com total desrespeito à correção linguística , chama atenção de forma negativa. Não passei do segundo parágrafo, pois incomodou ler conjugações erradas, com o uso de “tu” com verbos em terceira pessoa; ou encontrar o verbo ter usado no plural com acentuação de singular . Acho que um espaço dedicado â reflexão , com tanta capacidade de influenciar pessoas , deveria prezar o bom uso da língua .

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