Não existe idade certa ou errada para este grande acontecimento. Para quem cresce em cidades pequenas é muito comum sair da casa dos pais ainda no ensino fundamental, em busca de escolas melhores nas redondezas.

Para outros, esse momento chega ao passar no vestibular, neste caso a saída é muito mais frequente se a faculdade escolhida for também em outra cidade.

Há quem saia de casa devido à propostas de trabalho em outros lugares, há quem saia direto para o casamento – ou para morar junto com o(a) parceiro(a) – há ainda os que tomam a iniciativa por quererem um espaço próprio, com mais autonomia e liberdade.

Nem toda saída é pacífica, existem aquelas pessoas que saem por rebeldia, por fuga ou por brigas, gerando um trauma emocional em toda família. Independente dos motivos que te levaram a sair da casa dos seus pais, esta decisão carrega um mix de sentimentos: coragem, determinação e desapego X insegurança, medo e solidão.

Você pode sentir alívio por não vivenciar possíveis problemas familiares e, ao mesmo tempo, falta de toda aquela confusão. Pode sentir que a partir da data de saída terá o controle total da sua vida e, mais na frente, constatar que ainda vai depender dos seus pais por muitos anos, seja por questões financeiras ou emocionais.

Não importa se foi na adolescência ou na vida adulta, sair do seu lar de origem é uma das maiores oportunidade de amadurecimento que existe nessa vida.

É uma chance de você se conhecer melhor, fazer regras próprias, organizar seu tempo e sua rotina sem tantas interferências externas. É uma oportunidade de você aprender a se virar: seja passando por uma doença sozinho(a), seja por ter esquecido de pagar a conta de luz ou por passar apertos na cozinha.

Sair de casa também é uma chance de você melhorar o relacionamento com seus pais, irmãos ou outros membros da família. Primeiro porque não haverá o desgaste do cotidiano, aquelas pequenas coisinhas que irritam e desgastam a convivência.

Segundo, porque você vai sentir muita falta dos momentos em família e, portanto, irá valorizar mais quando eles acontecerem. Terceiro, porque quando sentimos saudade temos uma tendência de priorizarmos as lembranças felizes e isso vai gerando uma onda de gentilezas e reciprocidades.

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Para que ainda não saiu, saiba que o apoio da família e a convicção de que, se algo errado acontecer, você será recebido novamente de braços abertos, é o maior incentivo para esta decisão.

Como dizem por aí, passarinho aprende a voar quando sabe que tem um ninho para pousar. Então, antes de velejar mar adentro, cuide muito bem do seu porto seguro, afinal, ele pode ser o único lugar para se abrigar em uma tempestade.




Psicóloga e mestre em Psicologia Social. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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