Pat Peoples está sozinho e quer voltar para sua esposa. Pat Peoples pratica exercícios físicos todo dia. Pat Peoples ama sua família e quer ser bom para ela.
Você se identificou com ele?
Pat Peoples acaba de sair de um hospital psiquiátrico, está obcecado por exercícios físicos e não se lembra de como ou por que foi parar no hospital. Tudo o que o jovem professor tem em mente são flashes dos eventos que antecederam sua internação e foco em sua recuperação, a fim de reatar o casamento.
Ele é o protagonista do livro O Lado Bom da Vida, de Matthew Quick (Intrínseca, 2013). A tocante e cômica história de Pat poderia ser a sua, mas é semelhante a de muita gente que tem doenças e transtornos mentais.
Tratamentos, melhorias e pioras, dificuldades diárias e superação do passado são alguns dos temas do romance. É o dia a dia de pessoas que têm objetivos, questões, relacionamentos e obstáculos como qualquer um.
Outros livros, de ficção e não ficção – alguns são verdadeiros clássicos –, desempenham um bom papel para combater o preconceito com doenças e transtornos mentais, além de serem leituras informativas, envolventes ou até mesmo divertidas.
Você pode conhecer alguns destes títulos abaixo:
‘O Demônio do Meio-dia: uma Anatomia da Depressão’, de Andrew Solomon
ReproduçãoConsiderado um dos mais importantes livros sobre depressão, O demônio do meio dia, do jornalista Andrew Solomon, traz relatos da experiência do próprio autor com a doença e uma profunda pesquisa sobre o tema.
Mitos, tratamentos e depoimentos de diversas pessoas que têm depressão são abrangidas por esta grande e cultuada obra, ganhadora do National Book Award e finalista do Pulitzer. Você pode ter uma amostra do trabalho de Solomon e sua experiência com a doença pela elucidtiva (e famosa) palestra dele no Ted.
‘O Lado Bom da Vida’, de Matthew Quick
ReproduçãoO divertido romance de Matthew Quick, que deu origem ao filme homônimo de 2012, , conta a história de Pat, um jovem professor que acaba de deixar um hospital psiquiátrico. Ele não se lembra o motivo pelo qual foi parar lá, só sabe que precisa reatar o casamento com sua esposa e reorganizar sua vida e sua mente. Determinado, seu caminho cruza com o de Tiffany, deprimida e instável após a morte de seu marido. Ambos decidem se ajudar e ela convence o teimoso Pat a participar de um concurso de dança de salão para ter disciplina. O lado bom da vida consegue transmitir com bom humor e momentos tocantes o dia a dia repleto de dificuldades de quem quer seguir em frente em meio a depressão, ansiedade, obsessões e bruscas oscilações de humor.
Meus Tempos de Ansiedade’, de Scott Stossel
ReproduçãoNeste livro, parte memória e parte reportagem, o jornalista norte-americano Scott Stossel se abre com coragem para contar seus episódios mais agudos de ansiedade e oferecer uma pesquisa profunda e consistente sobre o tema. “Enfrentar e compreender a ansiedade é enfrentar e compreender a condição humana”, disse o autor.
‘Afluentes do Rio Silencioso’, de John Wray
Aos 16 anos, William Heller decide fugir do hospital psiquiátrico em que está internado e se aventurar pelos labirintos subterrâneos do metrô de Nova York. A mãe do adolescente esquizofrênico, superprotetora, contrata um policial para encontrar William. Estar no subsolo da metrópole serve como metáfora (elogiada pela crítica) para o retrato da mente não medicada do protagonista. Afluentes é narrado do ponto de vista de William. John Wray é considerado um dos jovens talentos promissores da literatura norte-americana contemporânea.
‘O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu’, de Oliver Sacks
ReproduçãoEm um de seus livros mais famosos, o neurologista britânico Oliver Sacks narra com texto acessível para leigos casos de pacientes que têm deficiências cerebrais, como P. professor de musica que confunde sua própria esposa com um chapéu.
‘O Apanhador no Campo de Centeio’, de J.D. Salinger
ReproduçãoA angústia, rebeldia e melancolia do adolescente Holden Caulfield estão evidentes em seu ponto de vista, adotado pelo autor J.D. Salinger, para o protagonista narrar alguns dias de sua vida. Indignado com a hipocrisia em comportamentos humanos e com os efeitos destrutivos da II Guerra Mundial, o sensível Holden dá diversos sinais de que está deprimido e se sente deslocado. Suicídio, saudades e frustrações passam pelos devaneios do protagonista, que dá indícios de se internar em uma clínica psiquiátrica no fim do livro. Clássico imortal da literatura norte-americana, O Apanhador no Campo de Centeio, lançado em 1951, retrata como a sociedade caótica e problemática afeta mentes sensíveis, seja causando depressão e ansiedade, ou apenas contribuindo para a construção de uma visão de mundo.
‘As Horas’, de Michael Cunningham
ReproduçãoEm 1923, a aclamada escritora inglesa Virginia Woolf escreve
Mrs. Dalloway, um de seus principais romances. Em 1949, a dona de casa Sra. Brown, deprimida e infeliz, lê o livro de Woolf e se sente motivada a fazer mudanças em sua vida. Em 2001, Clarissa planeja uma festa para um ex-namorado, que está morrendo de complicações causadas pelo vírus da aids.
Ela vive, basicamente, o imortal romance escrito por Woolf na década de 1920. Desafiando tempos narrativos, misturando ficção e não ficção, o autor
Michael Cunningham escreveu um livro que expõe com humanidade a relação de seus personagens com transtornos como depressão e ansiedade, além da presença do suicídio em suas vidas – tudo condensado em apenas um (porém, decisivo) dia na vida das três protagonistas. As horas ganhou o Pulitzer e uma igualmente cultuada adaptação para cinema em 2002.
‘O Homem que Não Conseguia Parar’, de David Adam
O jornalista David Adam, editor da revista Nature, aborda o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) pelo questionamento: preconceitos são desconstruídos, e o entendimento do TOC é o que ele busca. O autor já teve o transtorno e demorou para ir em busca de tratamento. O homem que não conseguia parar traz histórias emocionantes e engraçadas de pessoas que têm TOC, além de ter um texto acessível para leigos.
(Fonte: http://www.brasilpost.com.br/)
Dizem que doença mental não tem cura, será?