Cuidar dos filhos, querer participar efetivamente da rotina deles e pedir a guarda das crianças, depois do divórcio, são exemplos de atitudes que fazem parte da conduta do homem atual. Será este o momento de festejar a lei da guarda compartilhada, que há pouco foi aprovada pelo Congresso?

Nesse novo cenário, o pai exerce papéis importantíssimos no desenvolvimento do ser humano: acompanha a gravidez, troca as fraldas dos filhos, vai às reuniões no colégio, cuida da alimentação, leva aos médicos e dentistas, orienta as tarefas escolares e conversa com os filhos sobre namoro, sobre sexo e sobre a escolha profissional.

Aquele jovem, de duas décadas atrás, rompeu barreiras e preconceitos, venceu contradições, derrubou tabus, revolucionou costumes e enfrentou repressões usando toda força e coragem, é agora, pai. A educação formal, repressora e arbitrária deu lugar ao diálogo e a uma relação mais democrática entre pais e filhos.

Mas, alguns homens tendem a ficar divididos entre o que aprenderam (com o autoritarismo paterno) e a permissividade, vivendo muitas inseguranças, dúvidas e tropeços. Parte dessa nova geração de pais resiste e não percebe que dar limites é um ato de amor. Parece ainda, que o “não” desapareceu do vocabulário de alguns pais “bonzinhos”, que se transformam em refém dos desejos de seus filhos. Mas é preciso entender que conflitos entre pais e filhos sempre existirão.

A criança e o adolescente, regidos pelo princípio do prazer, sempre esperam que o pai satisfaça seus desejos, mas, o pai que analisa o pedido, com amor e pelo viés do limite, poderá sempre contar com duas “frases mágicas”:
– “Eu sei o que é melhor para você”.
– “Eu estou fazendo isso porque te amo”.

É evidente e importante que haja justificativas coerentes para tal, mas frustração faz parte da vida. E, tolerar e amparar o filho, em seu sofrimento diante de uma frustração, é também papel do pai, mesmo que isso não seja prazeroso para nenhum dos dois.

O cuidado, o envolvimento afetivo e responsável com a vida dos filhos, a presença compreensiva e o apoio constante são essenciais para formar um adulto mais feliz. Não existe uma receita pronta para ser bom pai, mas, apesar das dificuldades, quase sempre superadas, essa é uma experiência maravilhosa!




Colunista da Revista Atrevida cerca de 6 anos, tem formação e trabalho em Psicanálise e Terapia Ericsoniana. Pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior, Psicologia e Psiquiatria da Infância e Adolescência, Neuropsicologia e Teologia. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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