No ano passado, meus pais (profissionais ultra-bem-sucedidos que decidiram reduzir o ritmo em tempo de aproveitar a vida com alegria e saúde) tomaram uma decisão surpreendente para um casal – muito enxuto, diga-se – de mais de 60 anos: alugaram o apartamento em um bairro nobre de São Paulo a um parente, enfiaram algumas peças de roupa na mala e embarcaram para Barcelona, onde meu irmão e eu moramos, para uma espécie de ano sabático.

Aqui na capital catalã, os dois alugaram um apartamento agradabilíssimo no bairro modernista do Eixample (mas com um terço do tamanho e um vigésimo do conforto do de São Paulo), com direito a limpeza de apenas algumas horas, uma vez por semana. Como nunca cozinharam para si mesmos, saíam todos os dias para almoçar e/ou jantar. Com tempo de sobra, devoraram o calendário cultural da cidade: shows, peças de teatro, cinema e ópera quase diariamente. Também viajaram um pouco pela Espanha e a Europa. E tudo isso, muitas vezes, na companhia de filhos, genro, nora e amigos, a quem proporcionaram incontáveis jantares regados a vinhos.

Com o passar de alguns meses, meus pais fizeram uma constatação que beirava o inacreditável: estavam gastando muito menos mensalmente para viver aqui do que gastavam no Brasil. Sendo que em São Paulo saíam para comer fora ou para algum programa cultural só de vez em quando (por causa do trânsito, dos problemas de segurança, etc), moravam em apartamento próprio e quase nunca viajavam.

Milagre? Não. O que acontece é que, ao contrário do que fazem a maioria dos pais, eles resolveram experimentar o modelo de vida dos filhos em benefício próprio. “Quero uma vida mais simples como a sua”, me disse um dia a minha mãe. Isso, nesse caso, significou deixar de lado o altíssimo padrão de vida de classe média alta paulistana para adotar, como “estagiários”, o padrão de vida – mais austero e justo – da classe média europeia, da qual eu e meu irmão fazemos parte hoje em dia (eu há dez anos e ele, quatro). O dinheiro que “sobrou” aplicaram em coisas prazerosas e gratificantes.

Do outro lado do Atlântico, a coisa é bem diferente. A classe média europeia não está acostumada com a moleza. Toda pessoa normal que se preze esfria a barriga no tanque e a esquenta no fogão, caminha até a padaria para comprar o seu próprio pão e enche o tanque de gasolina com as próprias mãos. É o preço que se paga por conviver com algo totalmente desconhecido no nosso país: a ausência do absurdo abismo social e, portanto, da mão de obra barata e disponível para qualquer necessidade do dia a dia.

Traduzindo essa teoria na experiência vivida por meus pais, eles reaprenderam (uma vez que nenhum deles vem de família rica, muito pelo contrário) a dar uma limpada na casa nos intervalos do dia da faxina, a usar o transporte público e as próprias pernas, a lavar a própria roupa, a não ter carro (e manobrista, e garagem, e seguro), enfim, a levar uma vida mais “sustentável”. Não doeu nada.

Uma vez de volta ao Brasil, eles simplificaram a estrutura que os cercava, cortaram uma lista enorme de itens supérfluos, reduziram assim os custos fixos e, mais leves,  tornaram-se mais portáteis (este ano, por exemplo, passaram mais três meses por aqui, num apê ainda mais simples).

Por que estou contando isso a vocês? Porque o resultado desse experimento quase científico feito pelos pais é a prova concreta de uma teoria que defendo em muitas conversas com amigos brasileiros: o nababesco padrão de vida almejado por parte da classe média alta brasileira (que um europeu relutaria em adotar até por uma questão de princípios) acaba gerando stress, amarras e muita complicação como efeitos colaterais. E isso sem falar na questão moral e social da coisa.

Babás, empregadas, carro extra em São Paulo para o dia do rodízio (essa é de lascar!), casa na praia, móveis caríssimos e roupas de marca podem ser o sonho de qualquer um, claro (não é o meu, mas quem sou eu para discutir?). Só que, mesmo em quem se delicia com essas coisas, a obrigação auto-imposta de manter tudo isso – e administrar essa estrutura que acaba se tornando cada vez maior e complexa – acaba fazendo com que o conforto se transforme em escravidão sem que a “vítima” se dê conta disso. E tem muita gente que aceita qualquer contingência num emprego malfadado, apenas para não perder as mordomias da vida.

Alguns amigos paulistanos não se conformam com a quantidade de viagens que faço por ano (no último ano foram quatro meses – graças também, é claro, à minha vida de freelancer). “Você está milionária?”, me perguntam eles, que têm sofás (em L, óbvio) comprados na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, TV LED último modelo e o carro do ano (enquanto mal têm tempo de usufruir tudo isso, de tanto que ralam para manter o padrão).

É muito mais simples do que parece. Limpo o meu próprio banheiro, não estou nem aí para roupas de marca e tenho algumas manchas no meu sofá baratex. Antes isso do que a escravidão de um padrão de vida que não traz felicidade. Ou, pelo menos, não a minha. Essa foi a maior lição que aprendi com os europeus — que viajam mais do que ninguém, são mestres na arte dosavoir vivre e sabem muito bem como pilotar um fogão e uma vassoura.

PS: Não estou pregando a morte das empregadas domésticas – que precisam do emprego no Brasil –, a queima dos sofás em L e nem achando que o “modelo frugal europeu” funciona para todo mundo como receita de felicidade. Antes que alguém me acuse de tomar o comportamento de uma parcela da classe média alta paulistana como uma generalização sobre a sociedade brasileira, digo logo que, sim, esse texto se aplica ao pé da letra para um público bem específico. Também entendo perfeitamente que a vida não é tão “boa” para todos no Brasil, e que o “problema” que levanto aqui pode até soar ridículo para alguns – por ser menor. Minha intenção, com esse texto, é apenas tentar mostrar que a vida sempre pode ser menos complicada e mais racional do que imaginam as elites mal-acostumadas no Brasil.

(Autora: Adriana Setti)

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43 COMENTÁRIOS

  1. Moça, eu sempre pensei que Barcelona-Cataluña-ficasse na Espanha, que a Espanha fosse Europa-se bem que, depois de ontem. Isso que você descreveu sobre seus pais não é classe média alta, eles são é RICOS.
    Espero que continue contente com o faz, aproveite sua vida, procure não ferir quem a rodeia-incluindo aí os animais e o Planeta.O resto, o Universo cuida! Abraços!

    • Telma, sou filho de uma empregada doméstica que trabalhou dos 10 aos 55 anos – 15 deles com carteira assinada – e só parou porque tornou-se inválida, incapaz sequer de limpar a própria casa. Desde criança eu via como RICO qualquer pessoa capaz de ter casa própria não-popular, carro relativamente novo… Graças a uma bolsa de estudos, cursei o ensino médio num colégio onde a mensalidade era 332,00 numa época em que o salário de minha mãe era 215,00. E sabe de uma coisa? Eu não reclamava nem em pensamentos, porque meus antigos colegas da escola pública muitas vezes não tinham chuveiro elétrico nem geladeira velha em casa, e alguns nem mesmo outro calçado além do chinelo para enfrentar o inverno. Isso tudo porque a desigualdade social no Brasil é absurda e execrável. A autora desse texto faz muito bem em mostrar o quanto isso é completamente irracional.

      • Mas o texto não se refere à desigualdade social existente no Brasil e em muitos países do mundo. Ela não propõe que os “ricos” ou integrantes da “classe média” abram mão de seus recursos, mas que apenas os utilizem de uma forma mais proveitosa e prazerosa. Bom lembrar que se todos fizerem isso, muitos empregos deixarão de existir, pois o consumo de bens “extravagantes”, vai diminuir, o que pode, em tese, aumentar o número de desempregados e, consequentemente, ainda mais a desigualdade social.

  2. Moça que texto bom e reflexivo, eu que já vivo o padrão europeu pois além de ser casada com um italiano, que tem outros conceitos de saber viver bem sem ter que ser escravo de um padrão social, amo viver de uma maneira simples, sustentavel e sem frescura. PARABÉNS?

  3. Não da para comparar o padrão de vida europeu com o brasileiro. Pagamos caro para termos o mínimo de conforto, produtos em geral são extremamente caros por possuírem uma alta carga tributária e se você não quiser ficar 2 horas no transito ou virar sardinha no metro vai pagar muito caro por um aluguel próximo ao trabalho em bairro nobre. Em Barcelona é possível ter alto padrão de vida não ganhando muito. Aqui não podemos dizer o mesmo. Nosso custo de vida aqui em São Paulo é superior fora que há muito mais gente, só São Paulo tem 12 milhões de pessoas enquanto que Barcelona tem 1,2 milhões.Há muito mais oferta de trabalho o que consequentemente reduz o salário das pessoas. ..

  4. Gostei muito de seu texto, Adriana. E no ano passado, eu e minha familia fizemos nossa primeira viagem internacional. Ficamos 10 dias na casa de uns amigos conterrâneos, que estavam nos EUA ( Califórnia) , para fins de pós doutorado de um deles. Observei essas coisas que você disse mesmo, menos desigualdade social, mais autosuficiência para os serviços que no Brasil são mal remunerados e um estilo de vida mais descolado e simples, como curtir um passeio ao parque levando comes e bebes, o que no Brasil, chamariam de ” farofeiros”. Porém, fiquei com uma impressão diferente no quesito qualidade de vida que ali estava intimamente ligado ao padrão de vida. A conclusão a que cheguei é que quem é classe média alta no Brasil vira classe média no exterior, porque, apesar de não haver tanta desigualdade social, o custo de vida nos EUA é muito alto! Justamente porque a taxa de serviços é melhor remunerada que aqui, sair pra jantar fora por exemplo sai muito caro! Melhor comprar a pizza delivery , ou outra refeição qualquer. Tudo bem que comparando dólar com real, ainda mais com o dólar em alta, nosso real fica muito desvalorizado e isso faz tudo soar mais caro ainda. Mas sinceramente? Adorei a viagem, o passeio, a experiência e tudo mais, mas quando voltei pra minha vida de classe média alta, com acesso não ao luxo, mas ao conforto da minha casa, o acesso a bons clubes e a passeios que não custariam os olhos da cara, confesso que fiquei muito satisfeita de voltar pra minha cidade mineira, no meu país .

  5. Desculpa, mas viajar para o exterior é algo tão supérfluo quanto comprar um tênis de R$ 300. Sei que não é esse o objetivo do texto, mas acho o cúmulo ver fotos de amigos nadando em Miami, com a legenda de que adoram as coisas “simples”da vida.

    • Viajar para o exterior é simples minha cara. A questão é a inversão de valores. Brasileiro da mais valor para coisas materiais do que para experiências Se vc acha que viajar para a Europa é ostentar e que pagar 800 reais de prestação num carro é normal, me desculpe mas vc tem um pensamento muito medíocre.

      • Perfeito Sávio! A questão é bem simples… viajar para o exterior se tornou mais viável financeiramente do que conhecer o próprio Brasil, onde tudo é absurdamente mais caro. O objetivo é viver experiências, culturas distintas e alguns lugares mais civilizados.

    • Viajar para o exterior não pode ser comparado à mesma superficialidade de um tênis caro. É cultura. É vida. Se as pessoas puderem viajar, é preferível fazê-lo em vez de ostentar uma vida de luxos, pela qual se paga muito caro. Foi isso o que a autora quis dizer.

    • Mas, veja bem, no texto ela se refere à uma viagem à Europa cercada de cultura e dinheiro bem empregado, não à vida superficial de Miami, Cancun com golfinhos que tem a família toda assassinada para que os turistas possam tirar foto com eles

  6. Gente que texto confuso; isso não é classe média, isso é ser rico no Brasil (alguém que nunca lava a própria roupa, nunca higieniza sua própria casa e tem carro para dia de rodízio). Depois, no final a moça deixa a vergonha de classe, e esclarece: post dirigido a um publico específico, e enfatiza “elite”. Esse discurso pró meio ambiente e vida sustentável é bem clichê, até porque defender que “as empregadas domésticas” precisam de vocês, como se fosse bem humanista esperar alguém lavar sua calcinha pra dar emprego aos mais pobres, é bem ridículo. NO geral seu texto serviu apenas para ilustrar com duas figuras d forma bem caricaturada a elite brasileira, que quando vai pra fora, acha super cool ter que viver de maneira menos senhoril, até porque nossa elite é a caricatura dos senhores dos séculos passados. E ah, “viver de maneira mais humilde pra experimentar novas formas de se viver” é tão fofo, ameniza o sentimento de culpa de uma classe hostil, que nunca conseguiu olhar para além das suas próprias mazelas de classe. Contudo, espero que a empregda doméstica dos seus pais tenha dias melhores, tendo patrões mais higienicos, que não amontoa cueca e calcinha , que faz a manutenção da propria casa que habita sem esperar que alguem faça isso por eles. SIGAM ESSE EXEMPLOS, RICOS BABACAS……PORQUE as donas marias sofrem antes de sair de casa as sete da manha sem a opçao de ter um carro extra para dia de rodizio quando vao para o trabalho já se lamentando pela lambança de vocês que terão que limpar.

    E espero encontrá-los no fluxo da Sé, as 19hs, além dos dias de rodízio.

  7. Pagamos seguro no brasil pq nao da p ficar sem, o nosso caro que ela diz ser carissimo, na europa eh barato e qlqr um pode ter, para dar esucacao boa para filhos tem que trabalhar mesmo para ter isso que ela avha ser super padrao de vida, se quiser morar em um apt mais barato, vou ficar em bairro perigoso perto da favela. Ou trabalho para ter o
    Minimo de qualidade que ela acha ser alto padrao pu tenho que me sujeitar aos riscos de viver no brasil. Nao dá para comparar gente! Na europa vc vive bem com pouco e pode ter seu sofa em L pagando pouco, sei carro legal pagando pouco, pegar transporte publico. Vai fazer isso no Brasil? Se eu dor usar transporte publico vou demorar 3 hrs p chegar em casa, se nao usar Manobrista vou ser assaltada no estacionamento… Nada com nada que essa pessoa escreveu

  8. Saiba que este seu relato vai certinho de encontro com o meu pensamento. …sou viúva já com 70 anos mas com os filhos já definidos em suas profissões, e a algum tempo, pensando fazer exatamente isso. Já estive por 6 meses morando com um de meus filhos em Portugal o qual me deixou muito tentada a essa esperiencia . Atualmente não é possível ….. mas quem sabe um dia consigo realizar mais uma nova experiência. Pois sua fala acendeu uma chama adormecida ….

  9. Adriana…
    Interessante demais, pois ele tem relação com a nossa história cultural e etc…mas, é interessante tb pq os comentários que ele suscita vão de encontro a uma atitude de defesa, tentativa pouco eficiente de se justificar. Sempre penso que essa “mania de grandeza” tem a ver com nossa autoestima (baixa, é claro). No entanto, estamos de alguma forma tão robotizadamente acomodados, infelizes e sem o hábito de pensar sobre, que rechaçamos qualquer idéia que nos ameace levantar desse “sofá em L que contorna o meu corpo/mente limitado” .

  10. Simples. Você não faz parte da classe média alta da Espanha, coisa que um dia você foi no Brasil. Todas as reclamações que você fez a classe média alta brasileira se refletem no padrão de vida dos espanhóis. Venhamos e convenhamos a exploração e a pobreza dos trópicos é uma herança dos conquistadores espanhois. Sim, eles tem um padrão de vida mais igualitário, porque exploraram outras nações para alcança-lo. Mais um texto idealista de alguém que vive em um conto de fadas e nunca viu o outro lado da vida. Nunca passou um dia sem ter o que comer. Ridículo.

  11. Texto excelente. Mas quanto mimimi pseudo “socialista” /pseudo idealista nos comentários. Quanto hipócrita com inveja do contexto e da vida que a moça teve/ tem. Palmas ao filho da doméstica, que foi capaz de entender o que ela claramente disse. E é muito elegante a pessoa ter origens humildes e nao se doer com a vida que os outros levam. Mais importante tentar crescer do que ter arroubos de inveja designada como ” senso social”. Hipocrisia , pq prinvipalmente no Brasil todo mundo almeja melhorias sociais . Quaisquer que sejam. E se nao tem sonhos de melhorar, conhecer outros paises e culturas , vá se curar da depŕessao…
    Vão querer discutir graduação de riqueza ? Rica é a família Lula , que muitos desses “mimimistas” devem ter ajudado a eleger pra ir contra a ” elite”. Antes de ” cuidar da sociedade” e “da vida alheia ” , é preciso cuidar da própria, com mais auto estima , primeiro curar seus ” fracassos” , deixar a inveja de lado , deixar de mimimi.

  12. Que texto mais superficial. Experimente andar de transporte público no Rio por exemplo, ou começar a faxinar sua casa. Experiente fazer tudo a pé, não ter carro e viver franciscanamente. Amigos, aqui a realidade é outra, se não quiser ser assaltado semanalmente é bom ficar bem aconchegado dentro do seu carro blindado. É bom pagar para alguém fazer um serviço cuja hora trabalhada é menor do que a sua hora de trabalho. Quer gastar pouco? Prepara-se para viver cansado e cheio de afazeres. Europa é Europa, não dá pra comparar, nossa realidade é outra.

    • O texto é ótimo e essa repercussão mostra como nós, brasileiros, temos que mudar a cabeça. País desenvolvido não é o que o pobre anda de carro, mas o que o rico anda de transporte público. Eu ando a pé e de ônibus em São Paulo, não tenho carro, não sou assaltada, jamais teria um carro blindado e cuido da minha casa, além de trabalhar como jornalista. E tenho um projeto de mobilidade, o Pro Coletivo, que tem a ver com toda essa conversa. O Brasil pode ser igual a Europa, mas os brasileiros têm que querer melhorar, evoluir. Nossa realidade pode ser melhor, mas é preciso mudar essa cultura que inclui carro (para andar sozinho, poluir e atravancar o trânsito), serviçais e lazer em shoppings.

  13. Adriana, apoio cada palavra em sua tentativa frustrada de fazer algumas pessoas entender o seu ponto de vista. Porém, algumas coisas não são viáveis para a realidade dos brasileiros por causa da falta de segurança e a precariedade do transporte público. Além do mais, não se muda a cultura de um país da noite para o dia e tentar mudá-la adotando atitudes européias, também não acredito ser o caminho.
    Penso que não são os verdadeiramente ricos que vivem essa vida “fútil” e de “escravos do dinheiro” como descreveu, pois eles nem têm porquê se preocupar em economizar, porque dinheiro não é problema para eles. Mas as pessoas que sonham em chegar lá, as pessoas que querem participar dessa “elite” e que pensam ter grana o suficiente para isso, são os que enfrentam esse problema. Isso gera neles uma grande frustração, fazendo com que eles se vistam de arrogância e futilidade e vivam essa vida de aparências, que é extremamente competitiva e estressante.

  14. Fantástica tua reflexão! Eu também venho de classe media-alta e morei 3 anos na Inglaterra onde fiz faculdade. Aprendi muito disso por lá. Hoje, por vários motivos, levo uma vida muuuuito mais simples. Pego ônibus direto, não tenho nem diarista, tenho pouquíssimas roupas (a maioria dos espólios dos armários das amigas, rs) e sinceramente, prefiro assim. Ignore os comentários maldosos. São de pessoas que não viveram o que nós vivemos e não entenderam o texto.

  15. Amei seu texto. Realmente as pessoas aqui no Brasil dão muito valor ao ter e se arrebentam por isso. Me chamou atenção uma mulher em um grupo de ajuda pedindo favor para doassem fraldas para seus filhos, masss em alguns posts anteriores comemorando a compra do “celular novo e moderno”. O problema das pessoas está nas “prioridades” que elegem, depois sofrem por isso.

  16. O texto é muito bom e eu concordo com muita coisa mas os europeus usam mais o transporte público porque FUNCIONA e o metrô/trem vai para qualquer lugar da cidade (diferente daqui). A violência lá também nem se compara com a daqui e por isso eles não precisam de garagem e seguro…
    Se for pra comparar, temos que considerar tudo isso e mtas outras diferenças!!

  17. Vejo alguns cometários e fico imaginando, o porque de algumas pessoas ficarem culpando os ricos, por serem ricos e acharem que eles semprem exploram os empregados, como se fossem escravos ? Se o dinheiro e a fortuna, foram adquiridos honestamente, não vejo porque essas pessoas deveriam se sentir culpadas por existirem pobres. Lembrem-se de uma coisa, na vida, sempre vai ser preciso existir o pobre e o rico. O pobre para poder trabalhar para o rico e o rico para poder pagar o salário que o pobre vai ganhar por ter trabalhado.

  18. Viver experiências é o único objetivo para adquirir conhecimentos na vida . Bastar-se a si mesmo é o caminho pra uma vida equilibrada e feliz. O resto é ganância que ficará pra trás quando o ser for embora deste plano. Belo texto!

  19. Engraçado,aconteceu o contrário comigo. Se bem que eu não morava na Europa e sim nos Estados Unidos.Depois de 23 anos de States e com minha família de dois meninos,marido e cachorro,resolvi “simplificar minha vida” e voltar para o Brazil. Cansei de ir a festinhas de aniversário que se tornavam estressantes pois não sabia que presente dar pois as crianças tem tudo.Mudar de carro é quase uma obrigação pois significa que o indivíduo tem sucesso.Enfim,voltamos,moramos na Praia com um estilo minimalista esomos mais felizes.

  20. A sociedade brasileira é hipócrita “come sardinha e arrota caviar”. Eu estou aqui nos Estados Unidos há um ano e vejo a diferença. Nos escritórios os CEOs e demais níveis altos, pegam elevador juntos com os funcionários normalmente e também compram frutas nas barracas dos ambulantes. Os brasileiros ainda tem muito a aprender!

  21. Em São Paulo é complicado. Mas em muita cidade do interior se vive assim no Brasil. O problema maior do Brasil é um Estado ineficiente, que se propõe a fazer muito mas e incapaz de oferecer o básico, como saúde, educação, transporte, segurança e até limpeza pública. Se todo brasileiro tivesse pelo menos isso a sua disposição, já teria uma qualidade de vida infinitamente melhor e sobraria bem mais do seu pequeno salário para aproveitar um pouquinho a vida.

  22. Não gostei do texto, achei totalmende sem nexo e fora da realidade, baseado em sua vida, uma vez que voce só está morando fora graças aos gastos dos seus pais em educaçao, cultura, conforto etc,muitas pessoas não tem essas condições e oportunidades que você e seu irmão tiveram.

    Outra coisa, comparar Brasil a Europa? Totalmente sem nexo. No Brasil infelizmente as pessoas com mais condições andam de carro (apontado como exemplo por vc considerar luxo) e possuem outro carro para rodizio porque o transporte gratuito aqui em Sp é muito perigoso nem se compara o da Espanha.

    Você certamente não possui filho,o que me leva a crer que possui uma visão limitada de realidade, assim que tiver verá que uma tv led um sofá em L é totalmente necessario para uma familia grande, você passara mais tempo em casa cuidado do seu filho, protegendo-o so mundo que gastará com “luxos” que você considerou.

    Bom é uma critica construtiva por um texto que considerei limitada a sua visão na Europa, alias como você mesmo disse que mora ai 10 anos. 10 anos mudou muito aqui no Brasil, alguns “luxos” são necessarios, e não se pode comparar com sua visão europeia.

    • Mariana Diniz, é possível comparar Brasil e Europa uma vez que primeiramente, podemos mudar o nosso comportamento.
      E sério, desde quando é necessario ter a ultima tv de led e de um sofá em L para se criar filhos? Com esse dinheiro da pra fazer uma viagem bem legal com eles, ou pagar algum curso!
      Essa cultura do ”ter” está tão presente na nossa sociedade, que esquecemos de valorizar experiencias de vida.

  23. Adorei seu texto. Independente se é Brasil ou Espanha. Precisamos mudar essa nossa mentalidade. Valorizar cultura e experiencias, e não objetos.

  24. Eu acho que, infelizmente, o buraco em mais em baixo. Tá certo que tem certos gastos exagerados da classe média-alta que são supérfluos. Mas outros, simplesmente se dão pq não temos transporte público eficiente, pq nossas cidades são gigantescas e perigosas. Dito isso, concordo com a relação entre mão de obra barata demais e abismo social. Adoraria que o Brasil conseguisse supera-la.

  25. Excelente texto. Venho de uma família humilde, sempre estudei em escola pública, me esforcei para passar em uma universidade pública, consegui terminar minha graduação e iniciar no mercado de trabalho, e graças a todos os meus esforços tenho casa própria, tinha carro, fiz minha pós graduação e iniciei minha viagens internacionais.
    Fui perceber que fora do país, não existe preconceito com quem presta serviço, seja do tipo que for. Não existe essa relação “escravocrata” entre o que as pessoas julgam ser vida dos sonhos com status social. Rico mora no mesmo prédio que pobre, rico tem a mesma educação que pobre e por aí vai. Rico lava a própria roupa, cozinha a própria comida e limpa a própria casa, assim como pobre.
    Infelizmente é uma situação que só irá melhorar quando as pessoas pararem com o preconceito e com a visão de escravidão sobre aqueles que prestam serviços… Uma cultura pode demorar a mudar, mas com certeza é possível, basta querer.

  26. O brasileiro é muito boçal, mas eu quero saber quem é essa tal classe média, pois após fazer centenas de entrevistas trabalhistas com “pião de NIKE e vestindo marcas caras” querendo “botar patrão no pau”, que mora na tal “comunidade” e não consegue definir o próprio endereço, passei a duvidar desse conceito de classe média

  27. Hostie muito do seu texto. Vc tem razao à 100% eu mesmo vivo na europa precisamente em Paris eu amo à maneira que eles vivem o problema do brasileiro e que ele vive muito de aparencia e isso nao e nada confortavel mas tambem ne todos tem à pocebilidade de viajar e ver as diferencia e outras culturas a unica coisa que sei e que quando viajamos temos uma mente mas aberta pro mundo

  28. A autora do texto desconhece a vida da classe média brasileira. Mas o essencial está correto, uma vida mais simples, com menos patrimônio e mais experiências é muito bacana. Pelo menos pra quem tem herança.

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