No começo de março, a Netflix lançou a versão brasileira da série The Circle. No reality show, os participantes vivem todos no mesmo prédio, porém cada um em seu apartamento. A única forma que eles têm de interagir entre si é através de perfis lançados em uma plataforma exclusiva, nos quais podem ser eles mesmos ou qualquer outra pessoa!

Ganha quem tiver mais popularidade entre os jogadores – e é claro que todo mundo fica louco para descobrir se os colegas são ou não fakes. Em um dos episódios mais recentes, a participante Marina ficou arrasada ao descobrir que seu crush, Lucas, com quem ela vivia de conversinha no jogo, na verdade era um perfil criado por uma garota chamada Paloma. A carioca chorou muito e chegou a deixar algumas amizades se abalarem por causa do romance.

Essa situação acontece MUITO na vida real!

A psicanalista Natthalia Paccola confirma que essa situação pode ser vivida realmente pois as pessoas idealizam o relacionamento. “Quando nos apaixonamos, todas as projeções da infância que criamos junto dos contos de fadas, das expectativas familiares e de histórias clichês, estão em jogo”, diz.

Logo colocamos no outro a responsabilidade de nos suprir essa necessidade de um relacionamento pautado no idealizado e não no real. Com o tempo flexibilizamos essa ideação e partimos para a vida real, suprimindo o que julgamos defeito e dando vasão ao sentimento de amor, mesmo através de diferenças.

Com o fake acontece o mesmo, somente vemos o que nos parece perfeito, e isso pode ser perigoso apesar de tentador, explica a psicanalista. A baixa autoestima favorece que a dor ao desmascarar um fake seja ainda maior, muitas vezes sendo necessária a intervenção de um psicoterapeuta.

Alimentar o autoconhecimento é fundamental para se manter fiel aos seus valores, sabendo até que ponto pode haver uma flexibilização quando se conhece alguém. “Aprender a lidar com as diferenças, compreendendo que o outro é um ser ímpar e que também tem suas imperfeições, é a grande ferramenta para quem quer entrar em um relacionamento saudável”, afirma Natthalia Paccola.

Em terapia trabalhamos o perdão à fantasia alimentada pelo fake e nos damos uma nova chance, priorizando a nossa vida em detrimento de colocar a felicidade em relacionamentos ou qualquer outra motivação externa. “Lidar com as perdas e com o desconfortável é um aprendizado constante, quanto mais nos conhecemos menos caímos em ciladas, pois elas sempre existirão”, finaliza a psicanalista.




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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