Certa vez tive o prazer de prestigiar um bate-papo com a Renata Meirelles no SESC Campinas. Ela falou sobre seu projeto “Território do Brincar” e sobre o encontro com a criança brasileira.

Para quem não conhece, Renata é uma pesquisadora-educadora que percorreu o Brasil inteiro observando as brincadeiras das crianças. Nessa viagem embarcaram ela, seu marido e seus dois filhos pequenos, durante dois anos. Eles viveram entre um e três meses em diversas regiões do país, em meio aos costumes e festividades locais, explorando junto às crianças seus brinquedos e brincadeiras.

Entendendo que o brincar é cultural e é a linguagem natural das crianças – e dos adultos que um dia já foram crianças – começo a me perguntar quais são as brincadeiras passadas de geração para geração.

Do que você brincava quando era criança e vê seus filhos brincando hoje?

Quais foram as brincadeiras que você ensinou para seus filhos? Quais as que você aprendeu com seus pais? Responder questões como essas é um mergulho em nós mesmos e em nossas origens.

Para nos ajudar a mergulhar um pouco mais profundamente nessas respostas, perguntei para algumas mães como é a relação de brincar com os filhos em casa. A educadora Vânia, de Campinas, afirma que sua filha Helô, de 5 anos, brinca de muito mais coisas hoje do que ela brincava quando pequena, mas que faz-de-conta e casinha são as brincadeiras que elas tem em comum. Quando brincam juntas gostam de: “tomar chá , montar quebra-cabeça e aprontar na cozinha”, brincando de culinária. Mas Vânia afirma que o parceiro de brincadeiras preferidos de sua filha Helô é o pai. Com o pai ela brinca de papai e filhinha unicórnio, ou outros animais, como elefante.

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Outra mãe de menina nos deu um depoimento, Mariana mora em São José dos Campos com seu marido e sua filha Alice, de 6 anos. Ela nos que as primeiras brincadeiras tipo passa anel, roda e amarelinha foi ela quem ensinou para a filhota Alice, quando ela ainda era bem pequenininha e que brincam até hoje. Ela afirma que “o que fazemos muito quando eu vou relembrando é cantar as musiquinhas.” A grande diferença entre as brincadeiras entre elas é o uso de brinquedos, a própria Alice concluiu que a mãe brincava mais de inventar na rua do que ela pois não tinha tantos brinquedos naquela época quanto ela tem hoje.

Podemos concluir que algumas brincadeiras que passam por gerações são as que não usam muitos brinquedos e contam apenas com o corpo e as ideias, como esconde-esconde, chefe mandou, morto-vivo, jogos de roda com música e jogos de imaginação como casinha, mamãe-filhinha. Que as crianças hoje possuem mais brinquedos que nós, é fato. E qual é a necessidade?

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As brincadeiras mais simples estimulam a criatividade e o desenvolvimento físico, motor, além de trazerem consigo uma bagagem cultural imensa, permitindo que pais e filhos conheçam melhor a si mesmos. Que tal puxar as brincadeiras favoritas na memória e se permitir brincar mais com as crianças em casa?

E aí, quais brincadeiras você mais gostava? E hoje, do que seus filhos brincam?

(Autora: Aline Sprite)
(Fonte: paisqueeducam.com.br)
* Texto publicado com a autorização da administradora do site




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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