Ela já se sentiu um zero à esquerda porque o seu valor era medido pela régua das piores. Ela não tinha imunidade emocional, então, internalizava toda a perversidade com que era tratada, percebia-se merecedora de todo o desrespeito e crueldade, comportava-se como um saco de pancadas.

O fundo do poço foi seu endereço por muitos anos mas, um dia, ela olhou para cima e percebeu um céu estrelado convidando-a a tentar algo novo, então, como não tinha nada a perder, decidiu tentar.

Sem dar satisfações a ninguém, começou a dar pequenos passos. Nesse novo caminhar, foi agraciada por pessoas e oportunidades que lhe mostraram aspectos positivos dela, até então ignorados. Foi uma viagem para dentro de si, um caminho sem volta rumo à descoberta do próprio valor.

Hoje ela é julgada como antissocial mas, na realidade, tornou-se seletiva, ela está interessada em qualidade, não em quantidade de vínculos.

O sexto sentido dela é aguçadíssimo, e ela nunca ousa ignorá-lo. Ela já não se ilude com tapinhas nas costas e bajulações, no fundo, ela sabe quem é quem.

Ela fala com todos, mas é amiga de poucos; aprendeu a dizer “não” sem ter de se explicar. Ela olha nos olhos e enxerga a essência, portanto, perda de tempo tentar ludibriá-la. É desconfiada, sim, pois já levou rasteiras demais. Ela aprendeu a se retirar de onde não se sente confortável, porque hoje o seu maior compromisso é com o autocuidado.

Tornou-se preguiçosa para gente rasa e dissimulada, mas está sempre disposta para pessoas que queiram lhe acrescentar. Com ela, gente sonsa não se cria.

Sobre o amor, sorte de quem a encontrar agora, dona de si, cheia de intensidade e segura do que merece.




Sou uma mulher apaixonada por tudo que seja relacionado ao universo da literatura, poesia e Psicologia. Escrevo por qualquer motivação: amor, tristeza, entusiasmo, tédio etc. A escrita é minha porta voz mais fiel. Sou colunista do site Fãs da Psicanálise.

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