Dias atrás estava com umas amigas em um barzinho comemorando o dia das mulheres. Chegou uma moça linda, cabelos loiros e longos, olhos claros, mini saia e as costas toda de fora, um jeito lindo de andar, bem confiante. Eu logo disse: Que mulher elegante!

Não bastou um segundo para as divergências e a reflexão. O que é ou não é uma mulher elegante, o que é elegância Minha opinião é de uma mulher de 42 anos. As meninas que estavam comigo eram mais ou menos 10 anos mais jovens.

Quando criança tive uma educação bastante rígida, o que me fez agir naturalmente em alguns ambientes, não importando a classe social, mas as regrinhas básicas de educação da minha época eram um tanto diferentes.

  • Minha mãe me ensinou:
  • Andar com livros em cima da cabeça para ter uma postura ereta;
  • Não colocar pé sujo em cima do sofá;
  • Respeitar o horário da refeição era sagrado;
  • Sentar de maneira correta, com as costas no encosto da cadeira;
  • Não colocar os cotovelos na mesa;
  • Terminar a refeição, tirar o prato da mesa e lavar a própria louça;
  • Tirar os sapatos ao entrar em casa;

Dentre outras tantas regras básicas de educação e respeito que (graças a Deus) resistem até hoje. Como: Respeitar aos mais velhos, dar o lugar para eles sentarem, falar “bom dia, por favor, com licença, por gentileza”. Nunca precisamos aprender. De tanto ouvir entrou na cabeça por osmose. Não precisávamos que chamassem nossa atenção. Um olhar bastava e dependendo da intensidade, sabíamos que a coisa ia ferver.

Cresci assim e se tornou natural pra mim. Muitas coisas tentei ensinar para meus filhos, outras tantas eles aprenderam de ver a gente fazendo. Isso eu acho que é a maior riqueza que podemos deixar aos filhos: a educação.

Voltando a tal moça do restaurante, eu achei ela elegante sim e continuo achando, porque hoje meu conceito de elegância não é o estilo Kate Middleton de ser. Elegância para mim é ser autêntica, assumir seu próprio estilo, comunicar aquilo que existe dentro de nós sem máscaras, sem superficialidade. É andar com as contas pagas, usar o que podemos pagar, saber que nossa liberdade é limitada e que nem todos são obrigados a ter a mesma opinião.

Elegância pra mim não é a saia no joelho, o blazer e o scarpin alto, porque a mim isso não trás conforto. Não sei qual estilo é o meu, mas sei que continuo cuidando para não agredir ninguém, continuo achando lindo uma mulher que entra num barzinho com a cabeça erguida e uma energia impecável, andando na sua auto confiança e sendo sensual.

Elegância pra mim é o bom dia e um sorriso a faxineira, o aperto de mão ao porteiro, é saber que não posso invadir a privacidade e a individualidade das pessoas.

Não sei o que sou na visão do mundo, mas sei que não existe conceitos quando falamos da singularidade. Sei também o que se tornou minha mãe e minha avó, essas que me ensinaram essa cartilha da educação e respeito ao próximo. Pelo exemplo delas posso dizer que não posso estar tão errada assim. Sou uma frutinha que não caiu muito longe do pé.

(Autora: Tati Godoy)

(Fonte: tatigodoy)

*Texto publicado com a autorização da autora.




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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