Você já deve ter percebido: enquanto muita gente é educada e gentil, até mesmo com relação a estranhos, tem sempre quem prefira agir sem a menor consideração com o próximo. Para descobrir por que isso acontece, os psicólogos da Yale University Adam Bear e David Rand criaram um modelo matemático capaz de sugerir uma resposta para essa pergunta.
Basicamente, os pesquisadores desenvolveram um conjunto de jogos com base na teoria da cooperação e em comportamentos econômicos de intuição e deliberação. Funciona assim: os voluntários participam de jogos que os davam a opção de ter atitudes egoístas ou altruístas, conforme as regras iam se aplicando.
Alguns jogos não ofereciam qualquer possibilidade de um futuro pagamento às pessoas que haviam sido generosas, enquanto outros deixavam claro que uma futura recompensa era possível.
Você é um babaca!
Ao final da pesquisa, os psicólogos chegaram a um modelo padronizado de comportamento que é bastante fácil de ser compreendido. Pessoas que vieram de ambientes familiares amigáveis e que ofereciam suporte emocional acabaram aprendendo, intuitivamente, a cooperar em sociedade, mesmo que essa cooperação seja direcionada a pessoas desconhecidas, sem qualquer expectativa de pagamento ou reciprocidade. Isso acontece porque essas pessoas já entenderam, ao longo da vida, que generosidade traz muitos benefícios.
Por outro lado, quando esses mesmos indivíduos analisam os próprios gestos de gentiliza de forma racional, eles podem acabar suprimindo seus próprios instintos de generosidade quando percebem que estão diante de uma situação que não proporciona recompensa futura.
Já aquelas pessoas que cresceram em um ambiente hostil e cercado de indivíduos egoístas também aprendem a ser egoístas, intuitivamente, da mesma maneira que também aprendem a não analisar as próprias atitudes. Por meio dos jogos, ficou comprovado que essas pessoas acabam agindo de modo egoísta mesmo quando sabem que, se se comportassem de maneira altruísta, receberiam algum tipo de recompensa. O motivo? Eles não estão acostumados a parar para pensar.
Fonte Original: phys.org
