Procura-se um amor livre, cujo único compromisso seja a irreprimível vontade de ficar.

Na descida para a praia ou na subida para a serra, em casa, no sábado, assistindo a uma série ou curtindo as próximas férias na Inglaterra, um amor que releve rápido as desavenças, que prefira rir da situação a guardar mágoas; que faça amor, não guerra.

Procura-se um amor que já tenha amado antes, que já tenha vivido, que saiba valorizar todas as fases e nuances de um amor lindo, sereno, apaixonado, divertido!

Quero alguém que já tenha experimentado o dissabor de um relacionamento amargo, para que, assim, saiba reconhecer, quando encontrar o amor que eu ofereço.

Um amor que se dê conta de que um sentimento desses não se acha fácil em qualquer beijo, em qualquer corpo bonito, em qualquer esquina.

Procura-se um amor para se tornar rotina, mas não para se acomodar nela. Amor sem a rigorosidade de compromissos marcados com antecedência, de amizades cerceadas por ciúmes; rotina de felicidade apenas. Rotina… como uma deliciosa festa que nunca termina.

Um amor livre, cujo único compromisso seja a irreprimível vontade de ficar.

Procura-se um amor que não dependa da sexta-feira para ser feliz, e que se estenda bem mais que uma noite de carnaval. Que não deixe rancor virar cicatriz, e que as demonstrações de carinho nunca se tornem algo banal.

Procura-se um amor que também exista nas segundas-feiras caóticas da vida e nas monótonas tardes de domingo.

Procura-se um amor que, antes de ser amor, seja AMIGO. E que tal amizade perdure para todo o sempre.

Um amor que goste de dançar, independente da música…um amor que seja melodia, quando tudo ao redor for silêncio.

Procura-se um amor que tope um teatro e um jazz em seguida, mas também um litrão de cerveja com espetinho na calçada, com a conta dividida.

Aliás, procura-se um amor que seja bom em matemática e que saiba dividir. As dores, os sucessos, as bênçãos, a vida. Que goste de somar experiências, alegrias e aprendizado. E que seja generoso em ensinar tais cálculos… que subtraia o que for excesso e os medos ao longo do caminho. Um amor que saiba ser ninho, para quem não tem onde pousar.

Procura-se um amor para compartilhar! Os sonhos, a casa, as noites frias. Os perrengues, medos, as luxuosas camas e o champanhe; o café requentado de ontem e as pequeninas camas de alvenaria.

Um amor que saiba continuar a ser amor no fim do mês, quando as contas não baterem, na abundância e nos bônus que surgirem.

Um amor que continue amor quando a idade chegar, quando o tempo já não for tão nosso aliado. Um amor que não dependa das palavras para ser expresso, que não brinde só na noite de ano novo, mas que saiba ser novo, de novo, quantas vezes precisar.

Que seja tão intenso em show de rock quanto na calmaria de uma rede na varanda. Com chá de camomila ou cuba libre para nos embalar.

Procura-se um amor amoroso! Que goste de ser, de dar e de receber, mas que não se importe tanto em ter e em mostrar a todo momento.

Um amor que ostente alegria! Que não reclame de carinho, declarações apaixonadas e guardanapos servindo de bilhetinho pela madrugada…

um amor que não tenha vergonha de assumir-se apaixonado, pelo contrário, que tenha orgulho e gratidão por também ter encontrado… um amor assim para chamar de seu.

Procura-se um amor que cuide, que encurte as despedidas, que não conte com a sorte para estar junto, que não seja perfeito, somente a minha medida e que sejamos a melhor companhia um para o outro, nas calorosas discussões e nas tediosas faltas de assunto.

Que saibamos conduzir todo esse amor, de forma que ele nunca nos deixe, mas que ele perpetue coisas boas dentro de nós, mesmo se um dia mudar de forma.

Procura-se um amor que queira viver. Só isso. Coisa que parece ser bem rara nos dias atuais.

Que goste de brincar, mas não de fazer jogos. Que tenha bom humor suficiente para driblar as crises e que faça questão de andar de mãos dadas.

Por qual caminho for preciso seguir…

Procura-se um amor que não solte as mãos tão fácil, tanto quanto hoje em dia comumente vemos por aí. Procura-se um amor que tenha lugar em seu peito para receber direito um outro amor tão imenso quanto.

Um amor que se permita existir… e que do amor não pense em desistir, pois, com amor, o resto todo a gente leva…

Imagem:  Chermiti Mohamed

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"Bruna Stamato - Neurolinguista, palestrante, autora dos livros "Nunca quis um marido sempre quis um companheiro " "Você merece um amor bom. Mãe, geminiana e uma eterna sonhadora"

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