Certamente, caro(a) leitor(a), você já pensou que algo não saiu como deveria.

Em algum momento provavelmente você ficou triste quando viu que seu empreendimento não deu certo. Ou se decepcionou com alguém, que mostrou uma faceta não muito agradável ao seu ver.

Talvez tenha ficado chateado com você mesmo, por conta de uma reação inesperada ou por uma falta de motivação, quando você achava que deveria estar motivado para algo.

Toda essa decepção tem ligação direta com um fenômeno muito humano: a idealização.

Idealizamos algo na medida em que, em nossa concepção, alguma coisa tem uma maneira melhor de ser.

Idealizo um amor quando imagino que se uma pessoa preenche certas condições físicas, comportamentais e sentimentais, ela é perfeita para mim. Idealizo um resultado, quando realizo certas atitudes, visando somente um determinado fim. Idealizo a mim mesmo quando, imagino que deveria sentir amor por algo ou alguém, mas sinto outra coisa, bem diferente (raiva ou indiferença, por exemplo).

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Idealizar é imaginar, e se entregar a essa imaginação, a ponto realmente achar que as coisas estão erradas!

Mas é claro, na vida é necessário ter parâmetros. Não vou me relacionar com qualquer pessoa, não vou fazer qualquer coisa.

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Ter objetivos, ter critérios, isso é fundamental.

Entretanto, quando os critérios querem ser mais fortes do que a realidade que meus olhos veem e do que as sensações que sinto, existe uma causa certa de sofrimento.

É muito fácil se perder nas idealizações. Afinal, o ser humano o tempo todo busca segurança nas pessoas, nas atividades (laborais, religiosas, lazeres…) e em si mesmo. Mas a existência humana é pura vulnerabilidade.

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De uma hora para outra a morte pode visitar a cada um de nós, estejamos em perigo ou protegidos, sozinhos ou acompanhados.

Nada está garantido na vida, a não ser que ela é uma constante oportunidade de crescimento e aprendizado.

Compreender esse estado constante de vulnerabilidade, nos coloca no estado de humildade necessário para flexibilizar todas as coisas.

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Não mais só certas pessoas me servem para um relacionamento. Não só o êxito é uma possibilidade em meu trabalho, posso acabar me enganando também. E eu posso sim ter reações inesperadas, afinal estou constantemente me conhecendo.

A vida poderá ser sempre surpreendente e extremamente rica, mas somente para quem não tem os horizontes empobrecidos.




Psicólogo, reside no Rio de Janeiro e é colunista do site Fãs da Psicanálise.

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