Um dia, em um livro, escrevi que chorar é preparar a alma para coisas novas. E cada vez mais acredito que isso seja verdade. Eu, por exemplo, costumo chorar com certa frequência, na maioria das vezes sozinho e sob pouca luz.

Não que haja regras para chorar, mas é como se o meu choro só conseguisse ir ao banheiro de casa… Conforme as lágrimas caem, gosto de repensar e pesar cada uma delas, como se cada uma carregasse um motivo a ser compreendido, uma importância a ser dada, uma conversa a ser proposta, um adeus a ser aceito.

As pessoas que choram não são pessoas fracas, como muita gente pode pensar. Elas são fortes o suficiente para assumir suas fragilidades e chorar quando o corpo pede. Elas são fortes justamente por saberem respeitar seus limites.

A gente desaba – é inevitável –, e não é justo ter que lidar com a pressão social se não poder desabar. Já basta o peso das tristezas acumuladas.

Muita gente diz não poder demonstrar suas fragilidades para não colocar para baixo quem está perto.

Mas essa luta interna acaba criando, mesmo sem querer, uma imagem de que somos inabaláveis, e, caso um dia as lágrimas insistam em cair, as pessoas à nossa volta serão surpreendidas negativamente, afinal não esperavam isso de nós.

A verdade é que um dia a gente não aguenta e chora sem perceber. Acontece. E tudo bem. Pode chorar, chore muito, deixe as mágoas escorrerem pelo seu rosto; elas precisam ir embora por algum lugar. Ser forte não é saber conter certas emoções, mas sim saber quando soltá-las ao mundo.

(Autor(a): Frederico Elboni)
(Fonte: eoh.com.br)

*Texto reproduzido com autorização da administração do site parceiro




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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