Decidir fazer terapia é uma atitude que ainda carrega um grande estigma social – a pessoa tende a pensar que está no fundo do poço por precisar de ajuda e que será vista pelos amigos e familiares como alguém insano ou fora de controle, quando, na verdade, o processo terapêutico é recomendado para qualquer pessoa, tendo ela ou não algum tipo de doença mental.

O The Huffington Post selecionou algumas dicas dadas por Greg Kushnick, um psicólogo de Manhattan, sobre o início da terapia; então, caso você tenha curiosidade sobre o assunto ou esteja pensando em dar uma chance a esse tipo de recurso, fique atento às observações a seguir:

1 – Assim que você começar a falar, as coisas ficarão melhores

Uma vez que você esteja no sofá, de frente para o terapeuta, o jeito vai ser falar – pode ser desconfortável nos primeiros segundos, mas a verdade é que, depois de perceber que aquela pessoa simplesmente não está julgando o seu discurso em termos morais ou depreciativos, o que virá será uma sensação grande de alívio.

Geralmente, o paciente fala sobre assuntos que vem escondendo há tempos, e poder abordá-los diretamente é algo simplesmente libertador. Esse exercício tem muito mais ganhos emocionais do que você possa imaginar.

2 – Não sabe o que falar exatamente? Então escreva

Tudo bem se você achar que vai se embananar na primeira consulta – tem gente que tem mais dificuldade para falar mesmo, ainda mais com um desconhecido, e isso não é problema. Se for o seu caso, faça uma colinha e escreva os tópicos que deseja abordar. Você pode até levar tudo anotadinho em um papel no dia da consulta – com certeza o profissional escolhido vai saber o que fazer.

3 – Dica: possivelmente seu terapeuta vai perguntar por que você resolveu fazer terapia

Pode não parecer, mas essa é uma pergunta capaz de fazer com que os mais desprevenidos fiquem olhando para o nada por alguns minutos. Faça, então, uma autoanálise e tenha em mente o que é que está fazendo com que você procure assistência terapêutica – pode ser qualquer coisa: conflitos familiares, dúvidas existenciais, problemas no trabalho, dificuldades de interação social, queixas de autoimagem, traumas ou simplesmente autoconhecimento.

4 – A vida anda corrida, né, a gente sabe – justamente por isso é legal fazer terapia

Não é preciso que você tenha alguma grande questão interna para resolver se quiser fazer terapia. Na verdade, a terapia é muito útil para pessoas que têm uma vida muito agitada em termos de trabalho, que vivem em reuniões importantes, que fazem horas extras todos os dias, que estudam, que cuidam da casa, dos filhos etc. O estresse cotidiano é também algo a ser tratado com um terapeuta, sempre que necessário.

5 – Então… É bem possível que alguns de seus demônios internos não possam ser resolvidos sem a ajuda de um profissional

É bastante comum pensarmos em questões psicológicas como algo que conseguimos resolver sem a ajuda de ninguém, contanto que tenhamos boa vontade. Sem rodeios: isso é mentira. O terapeuta é um profissional treinado para ajudar nesse processo e, por mais bizarro que pareça, é bem possível que uma pessoa muitas vezes nem saiba qual é o problema com ela. Aí, com ajuda profissional, ela acaba indo mais fundo na própria consciência e, aos poucos, vai colocando as pecinhas no lugar.

A terapia proporciona diversas mudanças, mas muitas delas levam tempo para acontecer, o que é só mais uma prova de que fazer o trabalho sem ajuda é realmente difícil. Lembre-se sempre que uma das funções da terapia é criar novas perspectivas, o que é algo bem difícil de fazer sem qualquer tipo de intervenção.

6 – É difícil enxergar os benefícios práticos da terapia

Justamente por isso é que tanta gente diz que o processo terapêutico é desnecessário ou ineficiente. Esse raciocínio é fácil de ser compreendido, afinal é difícil entender que uma pessoa estranha tenha a capacidade de ajudar na resolução de questões muito íntimas. A verdade, no entanto, é que terapeutas são treinados para fazer intervenções em todos os casos e ajudar seus pacientes na resolução de problemas. Dê uma chance a eles e comprove por experiência própria.

7 – Existem tipos diferentes de terapeutas e terapias

Ainda assim, muitos desses profissionais têm mais de um tipo de abordagem – psicanalistas tendem a falar menos do que terapeutas que trabalham com a vertente cognitivo-comportamental, por exemplo. Cada tipo de terapia é ideal para casos diferentes, e é preciso que você converse sobre isso com seu terapeuta, até encontrar um profissional cujo método de análise e de interação seja ideal para o seu caso.

De qualquer forma, vale saber que a primeira sessão é sempre mais silenciosa, independente do tipo de terapia e de terapeuta, justamente para que esse profissional possa fazer uma boa análise inicial e, a partir daí, planejar suas estratégias e perguntas de intervenção. Não julgue a qualidade do tratamento todo com base no primeiro dia de terapia.

8 – Não ache que o terapeuta vai arrancar coisas de você

O objetivo desse profissional não é cutucar suas feridas até que você fale sobre elas. Na verdade, o terapeuta reconhece seus sinais corporais de que alguns temas são ou não passíveis de conversa – às vezes só é preciso um pouco de tempo para que você comece a falar. De qualquer forma, fique tranquilo: você não será obrigado a nada.

9 – Terapeutas mais modernos tendem a interagir

Não tenha medo: é muito difícil que atualmente você se trate com um terapeuta que fique parado como um poste. Hoje em dia esses profissionais estão interagindo cada vez mais com seus pacientes, e a consulta acaba parecendo mais um diálogo do que um monólogo, o que é muito positivo, até mesmo porque as reações da pessoa com a qual você está fazendo o tratamento demonstram que ela tem empatia pelo que você sente, e isso é sempre bom.

10 – A terapia não acontece apenas no consultório

Assim como você entende melhor a matéria estudada em sala de aula quando faz aquela revisão básica em casa, com a terapia é a mesma coisa: não adianta nada sair da sala do terapeuta e deixar lá todos os seus problemas e as suas questões. Além de dizer o que você diz lá, é preciso pensar sobre o que foi dito quando se sai do consultório. Refletir é fundamental.

11 – Estar disposto a mudar, mesmo que isso inclua mexer em questões dolorosas, é o que faz com que a terapia funcione de verdade

Não adianta nada você descobrir as origens de seus medos, traumas e dificuldades se você não está disposto a realizar pequenas e grandes mudanças na forma de agir – são as diferenças de atitudes e comportamentos que solidificam as diferenças de pensamentos que você possa ter.

É por isso que pessoas que são forçadas a fazer terapia e se mantêm resistentes a ela geralmente não apresentam bons resultados, por exemplo. O segredo é pensar sempre na terapia como uma forma de autoconhecimento, algo extremamente necessário para quem busca evolução pessoal, seja ela da maneira que for.

(Fonte: www.huffpost.com)




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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