É quase meia-noite (agora já passada) e eu estou aqui pensando no quanto nós perdemos por não nos amarmos. Eu deveria estar dormindo, mas meu dia foi recheado de acontecimentos tão maravilhosos que não consigo. Hoje passei o dia todo indo atrás de um sonho antigo meu. Um daqueles que são dos primeiros da lista de coisas a se fazer antes de morrer, sabe? Você com certeza sabe do que eu estou falando.

E se não souber, pare de ler esse texto agora e vá fazer essa lista. O que você não pode morrer sem ter feito?

Pode ser qualquer coisa, mesmo que agora te pareça boba. Isso é importante, você vai ver. Voltando ao assunto, eu passei o dia todo correndo atrás do tal sonho e isso me ocupou de tal maneira que não me preocupei com nada. Eu vivi o momento. E tudo deu tão certo, que pela primeira vez percebi que consigo não depender de alguém e mesmo assim ser feliz.

Porque eu tenho minhas coisas, meus interesses. Se o meu namorado me deixasse hoje, eu não morreria ou pelo menos não sentiria como se fosse. Isso parece tão obvio, mas ha um tempo atrás – isso soava como um absurdo – e eu me sentiria rejeitada, como aquela ultima bolacha do pacote que sempre vem quebrada. Não que eu não fosse ficar triste, óbvio que eu iria, porque ele é importante e quero compartilhar minha vida com ele.

Contudo hoje eu sei que a minha vida não é colada a de outra pessoa. Ele tem uma vida e eu tenho outra. E somos felizes por termos tido a sorte de nos encontrarmos. Se não for pra ser, paciência. A vida não para. Somente quando eu percebi que eu importo, que eu sou a única companhia certa para minha vida inteira e que eu sou também a única pessoa que pode me amar integralmente, entendendo cada aspecto, veio a clareza da importância do investimento em nós mesmos.

Se estivermos felizes e completos em nosso relacionamento com nós mesmos, as fases ruins serão apenas momentos e não catástrofes que generalizam quem somos. Sempre teremos momentos de decepção ou frustração, pois eles são parte indissociável da vida. Cairemos muitas vezes. Mas quando temos coisas que apreciamos fazer e sabemos o quanto somos bons, não nos demoramos mais nos buracos. Levantamos mais rápido. Por isso a lista de desejos.

E hoje a minha ficha caiu e fez um barulho estrondoso. Hoje eu entendi que eu sou inteira e meus relacionamentos vêm só para somar, transbordar, transcender e não para completar.

O que você quer? Pular de paraquedas? Mas ninguém quer ir com você? Vá sozinha(o). Quer publicar um livro? Mas não tem grana? Tem jeitos mais baratos, pesquise! Desfrute desse momento de satisfação consigo mesmo. Isso não é egoísmo, é amor-próprio.

Ademais, só podemos dar aos outros, o que damos a nós mesmos. Se ame e veja o mundo a sua volta mudar. Você feliz, faz as outras pessoas felizes. Você é o universo – em menor escala – dê a si mesmo a felicidade e ela voltará, esse é o segredo. De maneira alguma poderia dormir sem antes compartilhar isso com alguém. Viva ao amor-próprio!

(Imagem: Hassan OUAJBIR)




Piracicabana, tem 26 anos, é formada em psicologia e é uma grande apreciadora das sutilezas da vida.

1 COMENTÁRIO

  1. Parabéns por compartilhar.
    Vc está certa. Eu também fiz a mesma descoberta e estou procurando aproveitar cada dia e principalmente com a minha própria companhia, que por sinal é maravilhosa.

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