Muitas pessoas querem uma vida melhor. Para isso temos uma gama de informações que nos diz sobre a comida mais saudável, os benefícios do pensamento positivo e das atividades para o corpo, etc.

No aspecto das relações, são vários os alertas sobre como educar melhor o filho, não descuidar da relação com o marido, ser um amigo mais presente, etc. No trabalho, como tomar melhores decisões, ter um bom relacionamento em equipe, etc.

Viver diariamente essa quantidade de informações que nos diz o que devemos fazer para atuarmos bem, nos passa a mensagem de que precisamos nos empenhar ao máximo, pois só assim as coisas a nossa volta caminharão adequadamente.

E mais, se relaxarmos ou confiarmos nos outros algo vai sair errado, então é melhor ficarmos alerta e assumirmos o controle.

Se entrarmos nesse ciclo, podemos ficar 24 horas alertas, nos esforçando e mesmo assim, provavelmente, algo não sairá do jeito que desejamos.

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É aí que surge uma reflexão: Será que dessa forma estamos mesmo vivendo melhor? Até que ponto seguir essas informações e dar o máximo do nosso esforço pessoal nos ajuda? Até que ponto nos atrapalha? Não é à toa que tantas pessoas estão cansadas, frustradas, ansiosas, com baixa auto-estima.

Percebo no consultório uma fala frequente que é a do “tenho que”: tenho que ser boa profissional, boa estudante, boa namorada, boa mãe, boa avó, bom amigo, etc. Em contraste com: É isso mesmo que eu quero? Eu dou conta disso? Isso é justo comigo?

Controle

A necessidade de alertas e esforço pessoal fala também de quão inseguros ficamos diante da vida. É preciso diminuir as ameaças e o controle das situações nos dá a sensação de segurança, de que a vida está nas nossas mãos.

É verdade que uma boa parte da vida nós controlamos sim, podemos nos esforçar para atingir nossas metas, alcançar nossos objetivos e amadurecer, mas também é fato que existe uma parte não controlável.

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Podemos cuidar da educação do nosso filho e ele não aprender. Podemos cuidar muito bem da nossa saúde e morrer de acidente de carro. Podemos investir no trabalho e sermos despedidos por cauda da crise. Podemos cuidar do casamento e o outro deixar de nos amar.

E o que acontece quando tentamos controlar as pessoas e as situações que fogem da nossa possibilidade? Nos frustramos e a frustração em excesso rouba a nossa energia, a nossa alegria e o nosso bem-estar. Perdemos o foco de nós mesmos, nos paralisamos frente as decisões que devemos tomar. A vida estagna.

O que fazer diante do que é incontrolável?

É preciso aceitar que há muitas situações que simplesmente não controlamos. Se perguntar: isso está no meu alcance? E se a resposta for não, parar e refletir, existem coisas que são maiores do que nós, podemos ir até um ponto e depois disso somente observar.

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Muitas vezes esse momento de impotência tem algo a nos dizer, é importante perceber o que essa situação nos provoca, permitir que os sentimentos venham, focar mais em nós mesmos, aprender com isso tudo, amadurecer.

Aceitar que não é possível controlar tudo, faz reavaliarmos a quantidade de energia que colocamos nas coisas, podemos nos esforçar mais ou menos dependendo do momento em que estamos, mas isso não deve roubar, por muito tempo, a nossa alegria e energia, fundamentais para vivermos de fato uma vida mais feliz.

(Autora: Marcela Pimenta Pavan)
(Fonte: acaminhodamudanca.wordpress.com)
* Texto publicado com a autorização da administração do site

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A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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