Vivemos tempos de exposição exagerada e de polêmicas inúteis, haja vista a rapidez com que as informações se propagam via net. Os mais variados assuntos são colocados à nossa frente, principalmente pelas redes sociais, bem como entramos em contato com pontos de vista diversos. E os assuntos veiculados acabam, assim, chegando às rodas de conversa fora da tela do computador.

O problema nem é o excesso de informações, muitas vezes distorcidas, que chegam até as pessoas, mas sim a forma como são analisadas, os tipos de comentários que provocam, as reações muitas vezes violentas que suscitam em alguns leitores. Os valores embaralham-se tanto, que aparece gente justificando violência, disseminando preconceito, defendendo desumanidade. Muitos destes, porém, nem opinam direito, só querem mesmo é dar o contra.

Parece haver uma necessidade de aparecer, entre algumas pessoas, uma necessidade de chamar a atenção dos outros. No entanto, saudável seria destacar-se pelo que de bom, útil e interessante a pessoa tem a oferecer, ao contrário do que muitos fazem: opinam contrariamente a todo e qualquer tema que seja, polemizando assuntos triviais, enxergando o que não existe. Como se diz, querem causar. E acabam causando, sim: ânsia, náuseas e vergonha alheia.

Não adianta, se dissermos que sim, dirão que não; se falarmos que é azul, afirmarão que é verde; se explicarmos que verdura faz bem para a saúde, contestarão cada palavra ouvida. Porque o prazer de algumas pessoas está em contradizer, contrariar, contestar, em refutar a tudo e a todos, indistintamente, muitas vezes com argumentos pífios. Defenderão sempre o oposto de tudo, em casa, no trabalho, na vida, seja sobre qual assunto for.

Sempre será saudável debatermos ideias com quem pensa diferente, afinal, é assim que amadurecemos nossos pontos de vista, mantendo-os ou repensando-os, para que percebamos que nem sempre a razão estará conosco. No entanto, tentar discutir com quem só sabe contestar, sem que consiga reanalisar o próprio pensamento, é perda de tempo, de saúde mental e de saúde física. Esse tipo de gente não merece que nos desgastemos por conta de suas birras. Gastemos energia com quem pelo menos sabe escutar e deixemos os demais gastarem saliva à toa.




Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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