Quanta dor existe em uma pessoa que saboreia o amargo da decepção? Não é raro encontrarmos pessoas com a cabeça baixa pelas ruas, pelos cantos. Com o sorriso invertido, como se a boca virasse de ponta cabeça. Os olhos ficam sem brilho, a pálpebra cai, tudo parecendo mais perto do chão.

Como disse uma paciente: “Minha boca está arrastando no chão.” Quanta dor existe em uma pessoa que saboreia o amargo da decepção!

Não escolhemos passar pela dor, mas podemos transformá-la em energia para atingirmos nossos objetivos. A pulsão da dor do amor é a mais forte de todas as pulsões. O amor é uma das fontes mais ricas de alimento para o nosso cérebro, ele se transforma em reações químicas positivas para o nosso corpo. Somos capazes de mover grandes obstáculos pelo amor, seja quando estamos recebendo ou quando estamos emitindo.

Quando falo de amor, não me refiro só de homem e mulher, falo do amor pela vida, pelos filhos, irmãos, pelos pais, amigos e pelo trabalho, entre tantos outros meios sociais em que vivemos.

Tudo é impulsionado pelo amor. E quando o amor vira dor? Ah! Aí a coisa complica, não é?
Achamos que não somos mais ninguém nos considerando os seres mais desprezíveis do mundo, sem enxergar nada pela frente, perdemos a vontade de tudo e, pasmem, muitas vezes até de viver. Que forte isso, não é?

Quando estamos recebendo o que é bom, tudo é lindo, maravilhoso, movemos o mundo pelo amor. Nosso campo magnético de energia fica enorme, a força é tanta que somos capazes de tudo.

Mas… e quando deixamos de receber amor? É como se um cabo de energia fosse cortado e você do nada parasse de receber essa energia. Tudo fica escuro, sombrio e você perde as forças e, literalmente, não consegue enxergar mais nada.

É nesse momento que é o ponto de virada, virar a chave, de testarmos nossa resiliência, de vermos o quanto somos capazes, de verdade, de superarmos, de reinventar a roda e sair novamente do escuro.

Não é fácil, mas podemos! Ao canalizar toda essa energia negativa de dor, decepção, frustração, rancor, juntar tudo e focar no que você gostaria de realizar na sua profissão, fazer aquele curso top que você sempre sonhou. Foque toda a sua energia nisso e verá que a vida não é tão má assim.

Nós, seres humanos, passamos parte de nossas vidas gastando energia com uma única coisa e esperando retorno daquilo.
Aí vem a frustração, porque as pessoas não andam na mesma frequência; uns mais, outros menos. Essa desigualdade faz com que fiquemos doentes emocionalmente, porque esperamos demais das pessoas.

Somos seres tão incríveis que se soubéssemos de todo nosso potencial, de nossa força, seríamos seres muito mais evoluídos. O problema é que, quando focamos toda nossa energia em algo único, você gasta todo seu combustível em algo que poderia ser realmente construtivo. Não que o amor que você investiu não tenha valido a pena. Foi, enquanto durou. Mas se tivesse em outras fontes de energia, não ficaria no escuro quando esse elo fosse cortado.

O ser humano é um ser tão dependente do amor do outro, que se esquece do seu amor-próprio e acaba dependendo unicamente do amor do outro.
Isso vale para amor, amizade e profissão. Nunca dependa exclusivamente do outro para sobreviver, talvez a fonte do outro seja esgotável e você corra o risco de ficar no escuro para sempre.

Crie suas fontes, seu amor-próprio, suas metas e siga isso como propósito. O resto é consequência do que você próprio plantou.

Colha do seu fruto, da sua energia e não da energia alheia.

Autora: Claudina Granzotto

(Imagem: Alexandre Croussette)




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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