Muitas pessoas não sabem lidar com as bênçãos que recebem.

Muitos relacionamentos acabam, não por falta de amor, mas por outras questões, que podem ser bem mais complexas do que aparentam.

Em meio a essa complexidade que envolvem os vínculos amorosos, algo fica claro para mim: se você não se sente à altura do seu parceiro, você vai achar uma forma de sabotar essa relação, por mais bonita que ela seja.

Eu tenho visto isso em muitos contextos, e tenho um caso bem recente, trata-se de um desabafo de uma seguidora. Ela namorava um rapaz, e eles são apaixonados; é um amor que ela classifica como encontro de almas. Ela é uma mulher bem resolvida e bem-sucedida; ele é um rapaz bem simples.

No começo da relação, tudo fluía bem, porém, de uns tempos para cá, o rapaz começou a exigir dela algumas concessões incompatíveis com o trabalho dela.
O parceiro maravilhoso, engraçado e que tanta vibrava com o trabalho da amada, passou a se comportar com insegurança, cobranças descabidas e imposições que, obviamente, não tinha como ela acatar.

Ele, sentindo-se indigno daquela relação tão bacana, estragou tudo e acabou perdendo a mulher que tanta ama.

Ela me disse que nunca teve dúvidas de que era amor, porém, não teve como continuar porque a relação perdeu a leveza e, o que antes era tranquilo, transformou-se em sucessivos desgastes. Nada do que ela fizesse transmitia segurança a ele, era como nadar contra a correnteza.

Esse é apenas um dos tantos casos de autossabotagem, mas existem muitos outros. Na verdade, muitas pessoas não sabem lidar com as bênçãos que recebem.
Elas sempre darão um jeito de se desfazer delas, de uma forma ou de outra. São pessoas que não se percebem como merecedoras de uma relação gratificante, de um trabalho bem remunerado, de prosperidade, enfim. É necessário um mergulho profundo em autoconhecimento e na desconstrução dessa forma de se perceber.

Em algum momento de suas vidas, elas internalizaram a crença que traz tanto prejuízo e sofrimento para as suas vidas e para as vidas de quem as ama.




Sou uma mulher apaixonada por tudo que seja relacionado ao universo da literatura, poesia e Psicologia. Escrevo por qualquer motivação: amor, tristeza, entusiasmo, tédio etc. A escrita é minha porta voz mais fiel. Sou colunista do site Fãs da Psicanálise.

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