As tão “temidas” férias escolares.

Para mães e pais que trabalham em tempo integral, fora de casa, sempre rola aquele stress para conciliar as férias junto com as ferias das crianças. Vi muitas mães assustadas e fazendo posts em rede social sobre o que fazer com as crianças todos esses dias, antecipando, prevendo o trabalho que teriam.

Me pego pensando, Vinicius sempre canta Palavra Cantada “criança não trabalha, criança dá trabalho”. Será que por isso muita gente se assusta?!

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Eu faço questão de conciliar as férias, por mais difícil que isso possa ser no trabalho, já que são os únicos 30 dias seguidos do ano em que eu sou “só” deles e eles “só” meus! Por “só” eu não estou me referindo a facilidades, me refiro apenas à ausência de responsabilidades como escola e trabalho.

Como a Bianca ainda é pequena para longas viagens, não fizemos nenhuma programação especial. Tinha em mente ficar 12 dias na praia, curtindo meus pais, minha avó e tios, mas depois de 8 dias Vinicius veio me dizer que estava com saudades da casinha dele, dos brinquedos dele e dos amigos também. Pronto, antecipamos a volta para casa.

Acredito que temos que respeitar o tempo e as necessidades das crianças, e foi isso que procurei fazer. A cada dia, a cada novo programa, via como se portavam, o que realmente queriam ou não, e partíamos daí. Foram 30 dias muito, muito, muito bem aproveitados, e, quando finalmente chegou o dia da volta às aulas, me vi despreparada para mais uma separação.

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Engraçado esse sentimento, não é? Já passei por isso tantas outras vezes e mesmo assim ele me surpreende.

Quando o Vinicius começou na escola e eu voltei ao trabalho depois de sete meses com ele, quando ele teve suas primeiras e segundas férias escolares, quando eu levei a Bianca para a escola depois de sete meses em casa com ela, depois das férias escolares do Vinicius, quando eu ainda estava de licença maternidade da Bianca e pude curtir os dois em tempo integral. Foram tantas, e mesmo assim, a dor não muda, não diminui, não deixa de existir. Não sei se com o tempo conseguimos nos acostumar com ela.

Acho que no dia a dia, no meio da rotina , a dor se esconde, mas em momentos como esse, depois de dias tão intensamente vividos, a dor sai do seu esconderijo e você lembra então que ela esteve ali todo esse tempo, você só não prestava tanta atenção assim.

Nesses dias sempre me lembro de José Saramago dizendo que o filho é um ser que nos emprestaram, para que possamos aprender a amar alguém além de nós mesmos.

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Difícil lidar com isso, com esse sentimento de que eles não são nossos, apenas vivem conosco agora, mas que a qualquer momento vão alçar voo e viver sua própria vida.

Mas tem uma coisa que eu faço questão de fazer: de transmitir pra eles segurança, quero que eles saibam que sempre poderão contar comigo, que eu estarei sempre à disposição para colo, broncas, puxões de orelha, abraços, beijos e muito, muito amor.

E que venham mais feriados, mais finais de semana, mais dias de folga, mais noites tranquilas, todo e qualquer momento desfrutado ao lado deles é único, e isso é o que me alimenta, me faz feliz!!!

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Incrível como estar feliz faz com que tudo flua mais naturalmente!

As férias escolares carregam minhas energias, me enchem de esperanças, tornam minha alma mais leve! Posso cometer meus erros sim, mas estou aprendendo com eles!

(Autora: Mariana De Favari Kikuchi)
(Fonte: paisqueeducam.com.br)
* Texto publicado com a autorização da administração do site




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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