Não, eu não tenho vergonha e muito menos motivos para esconder o fato de ser intenso. É uma qualidade poder viver todos os dias, sentindo e fazendo o possível para estar sempre sendo sincero com essa minha intensidade. Quem não entende disso, tudo bem. Não espero ser compreendido pelos meus gestos. A intensidade em mim é algo que cresce de um jeito recíproco, natural e sem qualquer explicação da razão.

É bem simples, eu tenho muito para transbordar. Jamais considerei ser uma perda de tempo buscar e demonstrar a minha melhor versão. Penso que fôssemos mais abertos e menos preocupados com as vulnerabilidades do coração, mais as relações seriam inesquecíveis em vez desse apanhado de encontros esquecíveis. Quando a sua intensidade não é julgada como uma fraqueza, mas como uma parte fundamental da sua pessoa, você aprende a se valorizar e a reconhecer os instantes que são importantes e as trocas que carregará por toda a vida.

Ser intenso me ensinou bastante. Até mesmo nas decepções e tropeços, nunca plantei arrependimentos no peito. Nada foi em vão. Tudo o que revelei teve uma consequência. É assim que funciona. Tentar negar o coração que respira intensidade nunca foi uma escolha que pesei. Em um mundo no qual as pessoas mentem ou disfarçam os sentimentos, encaro a minha entrega com coragem e, por que não, com felicidade?

Ser intenso é a minha melhor qualidade. Confesso saudades, me emociono sem constrangimentos, procuro, pergunto e me importo com quem está na minha vida. Não tenho esse plano perfeito de como agir quando sinto algo especial. Não ando por aí medindo os desdobramentos dos meus afetos. Sou intenso o quanto posso, mereço e vivo. Talvez exista alguma definição mais apropriada em algum lugar mas, por hora, intenso é um bom sobrenome.

Imagem: Oliver Sjöström




Cidadão do mundo com raízes no Rio de Janeiro. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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