Os códigos estão por toda a parte. Tô cansada de pagar conta.

Boleto é a única correspondência que recebo. Dá medo quando vejo um envelope pendurado no portão.

Eu queria que fosse um postal de alguém viajando na conchinchina. Mas as pessoas não fazem mais isto.

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Já recebi uma carta daquelas “endereçada ao morador desta casa”. Acho que era um negócio de religião. Não abri. Vai que era uma corrente? Odeio corrente, a não ser de ouro.

Códigos me perturbam, é verdade.

Queria queimar todos os boletos. Queimar códigos. Um por um. Não aguento mais aquelas barrinhas.

Quero decodificar minha vida.

Interpretar os sentidos.

Decifrar os enigmas.

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Porque isto aqui não tá favorável.

Até que as coisas sejam mais simples do que são.

Tá deveras foda.




Mônica Kikuti é cronista e colunista do site Fãs da Psicanálise.

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