Legal que você não precisa disso, mas deixa eu te falar uma coisa? Me deixa viver do jeito que eu quero. Ou isso é pedir muito para você?

Fico feliz pela sua vida estar funcionando assim tão bem; feliz também ao te ver postar tantas declarações pela internet, nas quais respingam beijos até em mim, mas vem cá, deixa eu viver minha vida do jeito que eu quero.

É que você parece não cansar de vigiar a minha vida e o jeito que lido com ela. Sério mesmo que te incomodo tanto assim? Me conta mais sobre o prazer que parece sentir em investigar e julgar cada passo que eu dou.

Permita-me alertar: essa felicidade que você ostenta tem data para terminar. E longe de mim te desejar mal, acontece que esse tempo que você perde falando sobre mim você poderia ganhar procurando novas maneiras de fazer sua felicidade durar; quando se der conta pode ser tarde demais de tanto que tomou conta da minha vida.

Eu não me incomodo em aproveitar o conforto do meu quarto para me divertir em busca de uma companhia. E olha, devo vou falar: não necessariamente é uma companhia como a sua; aquela que você esfrega na cara de todo mundo ter, às vezes é só uma companhia para me ter. Se é que me entende. Deixa eu continuar aqui quietinho me divertindo de um jeito que me dá prazer.

Falando nisso, o jeito que me dá prazer pode não ser o mesmo que o seu. O jeito que eu conheço as pessoas pode não ser o mesmo que o seu e, ao mesmo tempo, o meu envolvimento com quem me dá na telha pode nem parecer com o seu. Eu gosto é de quem me dá um envolvimento.

Eu não me importo em dormir junto e acordar separado. Enquanto estiver me fazendo bem, para mim está ok. Não faço nada por obrigação. Também não coloco o peso da escolha do meu futuro para o lado que eu deslizo o dedo nesse celular. Minha felicidade não se mede com um “coração” ou um “x” em forma de não. E aliás, felicidade boa é aquela que faz bem pra gente, seja como for. Você leva a sério demais.

O que você não consegue entender é que eu não faço questão de ter uma vida igual a sua, pelo menos não me incomoda viver a fase que vivo agora – até porque as fases passam, não é mesmo? Se minhas histórias duram o instante de um “Oi, tudo bem?” e o “Qualquer dia a gente se vê de novo” é algo que só cabe a mim saber quão bem me fez.

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Sou quem considera bom o bastante cada um dos meus instantes.

Acho bonito da sua parte mostrar como o amor parece ter batido a sua porta. Este é o seu momento e eu torço pela sua alegria. Mas você pode fazer o favor de não julgar a minha? Me conhecer não significa autorização para me limitar. Você não paga as minhas contas e não participa dos meus beijos, então me deixa seguir em paz.

Nem sempre estou a fim de um bar. Para balada nem sempre tenho dinheiro. Pagar cinema então, nem se fala. Então que mal tem conhecer alguém aqui do conforto do meu sofá? O que faz alguém ser menos real que outro alguém só por ter eu conhecido pelo meu celular? Se é tão bobagem assim como julga, tão cafona e tão solitário, me conta mais sobre as fotos com legendas de frases de efeito que posta, ou melhor, me conta mais sobre as imagens que compartilha como se alguém se importasse com o que você pensa?

Vamos combinar assim: continue sendo feliz e me deixa viver pela minha felicidade também. Aproveita teu amor para planejar novos dias, aproveita para viver enquanto é real mas não me julga não, não julga porque é feio, amanhã você pode estar no meu lugar. E acredite, a vida sempre brinca de girar.

(Autor: Márcio Rodrigues)

(Fonte: eoh)

*Texto publicado com a autorização do administrador do site.




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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