Todo mundo tem problemas, carregam dores e amores, fazem e desfazem sentimentos. A vida é como vento, balança tanto a gente, muda de estação todos os dias, e tem hora que mais parece tempestade do que viver.

Não temos o direito de escolher para onde vamos em algumas situações, porque nos são impostos. Tem períodos no ano que o vento sopra em diferentes situações que não temos como nos proteger, como inventar um escape e acabamos dentro do olho do furacão.

Tem alguns anos da nossa vida que marcam a gente, e não queremos nunca mais lembrar das cenas que vivemos ou vivenciamos. Não sei porque a vida, às vezes, nos manda a merda e ainda vira as costa para gente. Talvez seja para nos fazer mais humildes, tolerantes e gratos. Talvez! Mas ninguém merece catástrofes nos dias.

O vento sopra onde quer, nos leva para lugares que mexe com o coração da gente. As emoções e os sentimentos, fragiliza nossa fé e ainda despenteia nossa esperança, mas não podemos deixar a tempestade nos arrastar para depressão e fazer com que os dias fiquem sem sentido e apáticos. Um dia diferente depende de ânimo e determinação, mesmo se o vento nos despenteia.

A pior derrota é se entregar aos problemas de corpo e alma. Cada pessoa tem seu jeito de ver e sentir os dias nublados e ensolarados, mas cabe a nós mudarmos os sentidos das ventanias diárias.

Em uma conversa com a mãe de uma amiga, no meio da rua, no fim de tarde, depois que voltava exausta do meu trabalho, ela apontou o horizonte por cima da ponte e me disse: “quem não tem capacidade de apreciar um dia lindo, um pôr-do-sol, não sabe o que é viver”. Ela está certíssima, quem não aprecia um sopro fresco pela manhã, não percebe um fim de tarde, jamais vai entender para que serve um dia a mais no calendário.

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O otimismo é importante porque nos faz acreditar que há sempre dias melhores, mas cruzar os braços, deixar por conta do acaso e do futuro, é estar acomodado no meio da tempestade. Pessoas conformadas demais, sem atitudes e que nunca permitem se despentear ou desembaraçar, não aprecia os detalhes e vai de acordo como o vento dá. Tem hora que a gente fica desanimado só de olhar para alguém que é passivo demais, sem vontade ao extremo e sem atitudes.

Muitas vezes as tempestades nos arrastam, porque não encaramos o problema e confrontamos. A vida é de quem se atreve a nadar contra a maré, tirar ouro do asfalto e dar murro em ponta da faça. A vida pertence a quem não aceita facilmente sopros grandes e ventos de desajustes.

As tempestades existem o tempo todo, mas não podemos deixar nos arrastar e colocar as expectativas de lado. Quem vive uma vida morna, sempre esperando o leite ferver ou a tempestade passar, não sabe como é perfeito tomar um banho de chuva e se recompor. Dia morno e falta de atitude, tanto bate até que você se afunde.




Simone Guerra é mãe, escritora, professora e encantada pela vida. Brasileira morando na Holanda. Ela não é assim e nem assada, mas sim no ponto. Transforma em palavras tudo o que o coração sente e a alma vive intensamente. Apaixonada por artes, culturas, línguas e linguagem. Não dispensa bolo com café e um dedinho de prosa.

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