Quando estamos imersos na rotina estressante que os grandes centros urbanos nos apresentam como algo natural, nos envolvemos em um ciclo de insatisfação onde nada parece estar correto ou até mesmo colocamos em cheque nossa capacidade de realização, ou seja, terminamos o dia com a sensação de que não conseguimos concluir as tarefas devidas.

Pior é quando ficamos insatisfeitos com nossas escolhas e começamos a nos comparar com outras pessoas e nos sentimos fracassados, com a sensação de que nossa vida anda fora do eixo.

O perfeccionismo auto exigido se transforma em exaustão emocional, que afeta as relações intra e interpessoais nas diferentes esferas. Em outras palavras, significa querer abraçar o mundo e não suportar o seu peso.

Os padrões apresentados hoje são extremamente altos e isso enfatiza ainda mais a sensação de incapacidade. Se não estamos no peso estipulado como padrão, nos sentimos marginalizados; se aos 30 anos ainda não somos financeiramente bem-sucedidos e não possuímos casa própria estamos fadados a seres incompetentes perante a sociedade.

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As poucas opções de modelos que temos atualmente são voltadas para o consumo imediato de objetos capazes de nos tornar seres visíveis socialmente ou à felicidade infinita apresentada nas redes sociais.

Mas onde fica nosso poder de escolher o que realmente queremos ter e ser? Como assumir essa escolha sem deixar que o peso das comparações que fazemos nos sobrecarreguem? Por que permitimos que o externo seja tão influente em decisões que dependem unicamente de nós mesmos?

Muito tem a ver com a necessidade de auto afirmar-se, isto é, uma necessidade de provar para o mundo (porém, é uma provação para si mesmo) a capacidade que temos de sermos polivalentes. Mas, não damos conta de tudo o que achávamos que seria possível e nos sentimos frustrados.

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Conhecer os próprios limites faz com que possamos dar o passo de acordo com o tamanho de nossa perna. Evitar comparações e assumir que somos capazes de optar por tudo o que nos torna seres completos pode ser o início do sucesso desde que não haja a preocupação com o externo.

Portanto, é preciso ter a sabedoria de que somos capazes de guiar nossa vida da maneira que queremos e no ritmo que escolhemos.




Bióloga e Microempresária. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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