É bem verdade que não se pode dizer que uma pessoa tem uma mente “normal” enquanto outra “anormal”. Se você reparar, o que em uma determinada época e local é considerado “normal”, em outro tempo e outro lugar pode ter sido patológico. A mente e o comportamento humano têm manifestações muito particulares, e o fato de saírem do comum não significa dizer que estejamos diante de algum tipo de problema ou conflito.

Contudo, também é bom reconhecer que a mente pode apresentar conflitos e adoecer. Isto pode acontecer, por exemplo, quando uma pessoa tem ideias ou condutas que sistematicamente machucam a si ou à outras pessoas, ou quando existe uma dificuldade grande para distinguir os fatos reais das fantasias.

Uma das maiores dificuldades está entre as pessoas que passam por problemas mentais mas que tem dificuldade em assumir isto. Na maioria das vezes, isso se reflete em um relacionamento cheio de confrontos: quanto mais graves os conflitos, menos consciente a pessoa é. O fato é que a dificuldade se cria na mente da pessoa, e essa mesma mente é a que realiza a avaliação intra-psíquica.

Tudo isso demonstra o quanto é importante estar atentos aos sintomas. Estes se definem como traços, sinais ou características de conduta. Por óbvio que não são conclusivos, mas podem sugerir a existência de algum problema mental. Veja, abaixo, 7 deles:

1. Percepção dos problemas
A percepção é a capacidade de captar o mundo com através dos 5 sentidos: audição, visão, tato, paladar e olfato. O correto é perceber as cores, as formas, os cheiros, etc., tal como são. Claro, existe uma margem, o nosso sistema de percepção é especialista em nos sabotar e não por isso existe um problema sério em nossa “cabecinha”. Para determinar se é ou não é um problema, uma dica valiosa é avaliar se estas “sabotadas” estão condicionando a sua vida, e se são ou não a causa de um mal-estar.

2. Organização do pensamento
Todos temos momentos ou fases em que ficamos dispersos. De uma maneira ou outra, passamos de um assunto para outro, ou de uma atividade para outra, sem muita ordem, ou clareza. Um dado interessante e pontual: o estresse faz o caos aumentar e, em geral, a consequência é de ainda mais estresse.

O real problema aparece quando essa dispersão se transforma em incoerência e se mantém de forma quase constante. Tal incoerência se refere a uma certa incapacidade de manter a linha de um raciocínio ou de uma conversa. A pessoa pula de um assunto para outro, sem nexo aparente entre um e outro.

3. Crenças do pensamento
O conteúdo daquilo que se pensa reflete em uma mente afetada quando tem certos detalhes. O mais notável deles é a fixação. As crenças inflexíveis e intensas são, em si mesmas, um problema. Mas quando além disso estão afastadas da realidade, podem ser fonte de grande angústia.

Um fato é que alguém ter uma convicção absurda, mas que consegue superá-la. Pode até lhe causar desconforto, nem intenso, nem constante, nem frequente. Neste caso, poderíamos falar de uma intolerância. Mas se essa crença fixa causar grandes doses de angústia, poderíamos falar de um problema mais grave.

4. O estado de consciência
No nosso dia a dia existem muitas situações que fogem da nossa consciência. Isso é próprio de qualquer mente considerada “normal”. Por exemplo, acontece quando levantamos da cama para fazer alguma coisa e, assim que ficamos de pé, esquecemos de forma deliberada o que íamos fazer.

Mas, veja bem, quando essas fugas de consciência se tornam corriqueiras, ou envolvem fatos relevantes, pode-se falar de um problema mental. Se alguém faz alguma coisa e depois não tem ideia de por que ou para que ou como o fez, então há uma boa razão para relatar o inconveniente frequente para um especialista.

5. O modo de falar da mente
A linguagem é o principal meio de transporte para um pensamento. Uma linguagem objetiva, concisa, fala de uma mente clara. Mas ao contrário, sempre que existe um problema na mente, isso se reflete em uma linguagem confusa, desorganizada ou pouco pertinente.

Claro que não existe apenas a comunicação verbal, há também o tom de voz e o gestual. Uma pessoa que não é capaz de sustentar o olhar ou que faz excessivos movimentos quando fala também pode demonstrar que tem problemas.

6. O reconhecimento da memória
Realmente são muitas as causas para os lapsos de memória e a incapacidade de reconhecimento. Um exemplo para esse problema, são aqueles lapsos que surgem através de intenso estresse, do cansaço, ou do excesso de afazeres, entre vários outros denominadores. A memória humana não é como a de um computador, por sorte ou azar (a memória de um computador frequentemente dá “tilt”. Reflita sobre o modo como as emoções influenciam na profundidade com que registramos um fato ou um dado.

O que algumas pessoas chamam de “lacunas mentais” ou amnésias parciais ou totais de fatos relevantes constituem um indicador de que alguma coisa está acontecendo naquela mente. O esquecimento frequente, ou a incapacidade de reconhecer fatos nos quais esteve envolvido, são fontes de suspeita com fundamento.

*Lembre-se de que em todos esses casos, é necessário que o diagnóstico seja feito por um profissional capacitado.




A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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